IMUNIZAÇÃO

Vacina da AstraZeneca tem 79% de eficácia e não aumenta risco de coágulos

Resultado foi divulgado nesta segunda-feira (22) após testes da fase 3 realizados no EUA, Chile e Peru

Meia dose de AstraZeneca pode ser usada como reforço, diz pesquisa (Foto: Divulgação / Oxford)

A vacina contra a covid-19 desenvolvida pela Universidade de Oxford em parceria com a farmacêutica AstraZeneca tem eficácia de 79% para prevenir casos sintomáticos da doença e não aumenta o risco de coágulos sanguíneos, anunciou a empresa farmacêutica nesta segunda-feira (22), após testes de eficiência de fase 3 nos Estados Unidos, Chile e Peru.

O imunizante se mostrou seguro e 100% eficaz contra casos graves da doença, que precisam de internação de pacientes. A vacina também foi efetiva em 80% em pessoas com mais de 85 anos, afirmou o laboratório. Os resultados foram divulgados pela empresa após testes com 32 mil voluntários em diferentes faixas etárias.

Vários países suspenderam a administração do fármaco em pessoas idosas devido à falta de dados entre os participantes de idade avançada em testes anteriores. Nações europeias também suspenderam a aplicação da vacina após reações como dificuldade de coagulação ou formação de coágulos.

Na quinta-feira (18), a Agência Europeia de Medicamentos liberou o uso do imunizante, garantindo se tratar de um produto seguro e eficaz.

Apesar disso, a agência indicou que não conseguiu concluir ainda se existe ou não um elo entre o imunizante e os casos de trombose, identificados em algumas pessoas vacinadas. A sugestão da agência é de que haja uma mensagem de alerta sobre tal risco. Insistiu, no entanto, que isso não deve servir para interromper a vacinação.

Muitos países europeus voltaram a usar o fármaco depois da decisão da agência. Ao mesmo tempo, líderes de algumas nações também estão tomando a vacina para aumentar a confiança da população — caso do primeiro-ministro britânico Boris Johnson, que recebeu a primeira dose na semana passada.

Com os novos dados, a farmacêutica disse estar se preparando para enviar os dados para a FDA, agência que regulamenta uso de medicamentos nos Estados Unidos, e deve solicitar autorização para uso emergencial.

No dia 12 de março, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) concedeu o registro definitivo à vacina. O registro é a autorização para que o imunizante seja utilizado de forma permanente e em toda a população brasileira.