Agricultura

Vazio Sanitário: Produtores de soja não podem semear a partir de sábado (1º)

A partir deste sábado (1º), produtores rurais não podem semear nem manter plantas vivas de…

A partir deste sábado (1º), produtores rurais não podem semear nem manter plantas vivas de soja no campo. A medida, que deve vigorar até 30 de setembro, é tomada em decorrência do vazio sanitário, que visa a reduzir a sobrevivência do fungo causador da ferrugem-asiática durante a entressafra e assim atrasar a ocorrência da doença na safra.

O analista técnico da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) e do Instituto para o Fortalecimento da Agropecuária de Goiás (Ifag), Cristiano Palavro, explica que o vazio sanitário da soja é uma ferramenta primordial no manejo da ferrugem asiática no país, além de gerar efeitos altamente positivos aos produtores rurais. “Tendo em vista a perda de eficiência dos principais produtos utilizados no controle da doença, diminuir o aparecimento de inóculos do fungo se torna fundamental, evitando infestações precoces e elevados prejuízos em perdas de produção e gastos excessivos no combate à doença”, destaca.

O fungo que causa a ferrugem-asiática é biotrófico, o que significa que precisa de hospedeiro vivo para se desenvolver e multiplicar. Ao eliminar as plantas de soja na entressafra quebra-se o ciclo do fungo, reduzindo assim a quantidade de esporos presentes no ambiente. “O importante do vazio sanitário é que ela ajuda a evitar a ferrugem, que é uma doença muito severa. Se ela chega muito cedo, pode aumentar muito o custo de produção, com mais aplicações de fungicidas. Temos um risco maior de perder em produtividade”, explica a pesquisadora da Embrapa, Claudine Seixas.

O produtor que não cumprir o vazio estará sujeito a penalidades como multas. Os estados também têm sanções aos que não seguirem. “Mais importante que essas multas, o primeiro beneficiado a fazer um bom vazio sanitário é o agricultor, que terá essa doença cada vez mais tarde. Então o bom manejo da ferrugem começa na entressafra, fazendo o vazio sanitário”, lembra a pesquisadora da Embrapa.

(Com informações da Faeg e da Embrapa)