Eduardo Bolsonaro chora ao falar sobre medo de prisão; assista ao vídeo
Deputado avisou governo Trump sobre decisão de ficar nos EUA, dizem aliados

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) chorou ao falar sobre o medo de ser preso no Brasil. Em entrevista concedida nesta terça-feira (18), ele anunciou que pedirá licença do cargo na Câmara dos Deputados e permanecerá nos Estados Unidos para buscar “sanções aos violadores de direitos humanos” e “justas punições” contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes e a Polícia Federal.
Durante a entrevista à revista Timeline, Eduardo foi questionado sobre se havia conversado com o pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), antes de decidir permanecer no exterior. Ao responder, não conteve as lágrimas.
O deputado também demonstrou preocupação com a possibilidade de nunca mais ver o pai. “Meu pai queria o filho perto dele. Eu não gosto que pareça que estou me vitimizando, mas é uma realidade, uma possibilidade real de eu nunca mais ver meu pai. Mas é a vida adulta, sacrifício”, afirmou.
A decisão de Eduardo ocorre poucos dias antes do julgamento do ex-presidente Bolsonaro no STF. A Corte deve decidir se aceita a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) sobre a tentativa de golpe. Se a denúncia for aceita, Bolsonaro e aliados responderão pelos crimes relacionados aos atos de 8 de janeiro de 2023.
Investigado e sob pressão
Eduardo Bolsonaro está nos Estados Unidos desde o dia 27 de fevereiro e já vinha discutindo a possibilidade de não retornar ao Brasil. Nos bastidores, ele teria articulado a decisão com aliados da administração de Donald Trump. Segundo o blogueiro bolsonarista Paulo Figueiredo, a Casa Branca foi informada previamente sobre a intenção do deputado brasileiro de permanecer no país, e não houve objeção.
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O parlamentar também teria consultado advogados de imigração americanos e um criminalista brasileiro para avaliar os riscos legais da sua permanência nos EUA. Ele não descarta pedir asilo político.
“Se Alexandre de Moraes quer prender meu passaporte ou mesmo me prender para que eu não possa mais denunciar seus crimes nos EUA, então é justamente aqui que vou ficar e trabalhar mais do que nunca”, disse o deputado em um vídeo gravado em Washington, D.C., divulgado em suas redes sociais.
A licença de Eduardo Bolsonaro da Câmara dos Deputados será sem remuneração e, caso ultrapasse 120 dias, seu suplente, Missionário José Olímpio, assumirá a vaga temporariamente. O prazo máximo de afastamento é de quatro meses, sujeito à perda do mandato.
Eduardo Bolsonaro chora ao falar sobre medo de prisão; assista ao vídeo
TCHAU QUERIDO!! Eduardo Bolsonaro CHORA compulsivamente após anunciar FUGA DO BRASIL e que vai abdicar do cargo de deputado!!
— Thiago dos Reis 🇧🇷 (@ThiagoResiste) March 18, 2025
Decisão veio após Valdemar BARRAR o bananinha na presidência da Comissão de Relações Exteriores da Câmara!!
TCHAU QUERIDO!!pic.twitter.com/DqQd8p3hhI
Pedido de apreensão do passaporte
A permanência de Eduardo Bolsonaro nos Estados Unidos também ocorre em meio a um pedido de apreensão de seu passaporte apresentado pelo PT ao STF. Parlamentares da legenda acusam o deputado de promover retaliações contra o Brasil durante suas viagens internacionais.
O partido também solicitou a prisão de Paulo Figueiredo, aliado de Eduardo nos EUA, que também é investigado pela PGR no inquérito da trama golpista.
Enquanto isso, Eduardo segue articulando nos EUA para que Alexandre de Moraes seja alvo de sanções e impedido de entrar no país. Ele tem se reunido com congressistas americanos ligados ao ex-presidente Trump e busca apoio para um projeto que pode barrar a entrada do ministro do STF nos Estados Unidos. A proposta já foi aprovada em uma comissão da Câmara dos Representantes.