Eleição em Aparecida não terá TV porque nenhum candidato pediu
Gustavo Mendanha não fez pedido para minimizar custos e por confiança no trabalho; Bruno Felipe disse que sigla desconhecia a regra; Veter Martins não se manifestou
A disputa pela prefeitura de Aparecida de Goiânia em 2020 não terá o suporte de programas de rádio e televisão porque nenhum dos candidatos a prefeito requereu que houvesse espaço diário na programação das TVs para apresentação das propostas.
Em cidades nas quais não há emissora de TV própria e em que há a possibilidade de segundo turno, é preciso que os diretórios municipais façam a demanda ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE-GO). O município possui três candidatos – Gustavo Mendanha, Veter Martins (PSD) e Bruno Felipe (PSOL) –, mas nenhum deles fez o pedido até o prazo final: 26 de setembro.
Em nota, a coordenação da campanha à reeleição do prefeito Gustavo Mendanha (MDB) declarou não ter feito a solicitação para não elevar o custo da campanha. Além disso, eles informaram que compreendem “que o exército de 500 candidatos e candidatas à Câmara Municipal e a forte presença do prefeito nas redes sociais e na vida da cidade será suficiente para apresentar as propostas da Coligação Aparecida com Certeza”.
Bruno Felipe
O candidato à prefeitura pelo PSOL, Bruno Felipe, disse que a na cidade sigla desconhecia que a necessidade de requisição e que, inclusive, já gravariam as propagandas nessa semana. “Imaginávamos que por ser obrigatória, deveria acontecer. Mais uma armadilha da legislação eleitoral para impedir que o pleito transcorra da melhor forma para partidos pequenos.”
Sobre o desconhecimento, ele explica que os candidatos da legenda não são militantes profissionais e precisam dividir o tempo de atividade. Para ele, a questão beneficia o atual gestor que, além de ter a “máquina”, tem realizado inaugurações nos últimos meses. “Em relação ao Veter Martins, eu não sei o que aconteceu”, diz e completa: “Mas no fim das contas, ele e Gustavo são iguais. Nós somos a única opção real de oposição.”
Apesar disso, Bruno afirma que a propaganda não seria tão benéfica ao PSOL, uma vez que seria o menor tempo. “Sempre dialogamos pela rua. Agora, com a pandemia, faremos um trabalho de forte presença na internet.”
Veter Martins
O Mais Goiás tentou contato com Veter Martins, mas o que candidato estava em reunião. Ele disse que retornaria. O espaço segue aberto.
Análise
Marcos Marinho, professor e consultor de marketing político, afirma que a questão fortalece quem tem mais presença, no caso o prefeito Gustavo Mendanha (MDB). “Quanto menos os outros aparecerem, melhor para ele.” Segundo o docente, então, ou faltou competência ou o tempo ia ser muito pequeno ou o partido não teria verba para um bom conteúdo.
O cientista político diz que a propaganda de televisão ainda é relevante na política, apesar do cenário digital. Nesse sentido, sobre Gustavo não ter requisitado, ele pensa que o prefeito pode não acreditar nesse espaço ou ter optado por contenção de despesas.
Como os tempos certos de TV ainda não foram divididos, Marinho afirma que não é possível detalhar mais as possíveis motivações.