PRIVATIZAÇÃO

Eletrobras será privatizada ano que vem, diz presidente da companhia

Wilson Ferreira Júnior diz que Congresso deve aprovar projeto de lei que autoriza venda no segundo semestre

Wilson Ferreira Júnior

O presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Júnior, confirmou a privatização da empresa no ano que vem. Segundo Ferreira Júnior, a privatização da companhia,  líder na geração e de transmissão de energia do país, será importante na retomada da economia que está com forte retração por conta da pandemia  de Covid-19.

Ele  acredita que o Congresso deve aprovar o projeto de lei   que autoriza a privatização da Eletrobras ainda no segundo semestre deste ano.

Ao apresentar os resultados do primeiro trimestre do ano da companhia, um lucro de R$ 307 milhões, em videoconferência,  Ferreira Júnior disse estar otimista em relação ao sucesso da operação.

De acordo com o executivo,  o valor pré-fixado foi de R$16 bilhões, que reforçarão o caixa da União. O  governo, no entanto, ainda vai fazer umaa avalição para definir o valor das ações para a operação de capitalização.

– A única forma de o governo amenizar rapidamente os efeitos (da pandemia), principalmente de dívida, é com as privatizações  que vão  fortalecer o equilíbrio  econômico-financeiro das contas públicas  – ressaltou.

Segundo o executivo, os capitais estrangeiros pós-crise vão investir em projetos com mais  atividades econômicas  que geram emprego e renda.

– A Eletrobras é uma empresa listada nas bolsas de Brasil, Estados Unidos, e Europa. E esse mercado volta mais rápido pós-crise e olhando a sua perspectiva econômica futura. Não tenho dúvidas que a Eletrobras é um ativo para atrair investidores do mundo inteiro – ressaltou.

O executivo afirmou ainda que a expectativa é de que, até o fim deste ano, a Eletrobras escolha o parceiro estrangeiro para concluir as obras da usina nuclear de Angra 3, que estão paradas desde  2015.

Segundo Ferreira Junior,  em junho  o Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) vai analisar o modelo elaborado pelo BNDES para a conclusão da usina.  A meta continua sendo de a usina entrar em operação em 2026.

– A companhia entende que é um projeto importante viável  economicamente e imprescindível sob o ponto de vista energético para o Brasil. Estamos mantendo o projeto antes da entrada de um investidor – destacou.

A estimativa é que serão necessários R$ 15 bilhões para a conclusão da usina que está com 60% das obras concluídas. O projeto foi paralisado por ter vários contratos envolvidos nas investigações da Operação Lava-Jato.