Em acordo para entrar na Otan, Suécia autoriza exportação de armas para Turquia
Suspensão das restrições impostas em 2019 foi uma das exigências do governo turco para entrada do país escandinavo na Otan
A Suécia voltou a autorizar a exportação de armas e material de guerra para a Turquia após sua tentativa de ingressar na Otan, anunciou a autoridade encarregada das exportações militares nesta sexta-feira. A suspensão dessas restrições, impostas em 2019 após uma ofensiva turca no Norte da Síria, foi uma das exigências da Turquia para a entrada do país escandinavo na aliança militar ocidental, que ainda não recebeu a ratificação turca.
A candidatura da Suécia à Otan, anunciada juntamente com a Finlândia, em maio, “reforça significativamente os motivos da política de defesa e segurança para autorizar a exportação de equipamento militar para outros Estados membros, incluindo a Turquia”, explicou a Inspeção de Produtos Estratégicos (ISP) em comunicado.
A ISP especifica que durante o terceiro trimestre do ano autorizou exportações de natureza militar para a Turquia, relacionadas a “equipamentos eletrônicos, programas de computador e suporte técnico”.
Tanto a Suécia quanto a Finlândia enfrentam a oposição da Turquia por acusações de abrigarem integrantes de organizações consideradas terroristas por Ancara, como o Partido dos Trabalhadores Curdos (PKK) e apoiadores de Muhammed Fethullah Gülen, líder do chamado Movimento Gulenista e apontado pelos turcos como responsável pela tentativa de golpe de 2016.
Em junho, os três países assinaram um memorando de entendimento sobre o apoio de Ancara à adesão dos países à aliança militar. Contudo, o presidente turco Recep Tayyip Erdogan imediatamente ameaçou um novo bloqueio se sentisse que suas condições não estavam sendo cumpridas, particularmente em relação à extradição de militantes para a Turquia.
O texto assinado confirma, em particular, que Estocolmo e Helsinque consideram o PKK uma organização terrorista.
Moscou, por sua vez, já avisou que, se os dois países entrarem para a aliança, poderá implantar armas nucleares e mísseis hipersônicos no enclave europeu de Kaliningrado.
Até agora, 28 Estados membros da Otan, de um total de 30, ratificaram a adesão da Suécia e da Finlândia. Apenas os Parlamentos húngaro e turco devem dar a sua aprovação final. A ratificação dos pedidos pode levar um ano, dizem diplomatas, já que os todos países da aliança precisam aprovar novos membros.