Ajuste fiscal

Em editorial, Jornal Opção afirma que Pacote de Austeridade de Marconi vai permitir retomada do crescimento

“Os empresários precisam entender que, colaborando para a recuperação da economia, adiante voltarão a ganhar mais”, ressalta editorial do Jornal Opção

Em editorial, publicado na edição desta semana, o Jornal Opção afirma que o Programa de Austeridade pelo Crescimento é uma tentativa do governador Marconi Perillo de “salvar o Estado para todos os goianos” e para que Goiás não siga o mesmo caminho do Rio de Janeiro e do Rio Grande do Sul – que passam por uma situação de acentuado déficit fiscal. O pacote de medidas foi apresentado na última quinta-feira e será enviado hoje à Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego).

O periódico goiano destaca que Marconi age com cautela e está embasado de racionalidade para “que o governo de Goiás recupere sua capacidade de investir, com o objetivo de beneficiar todos os goianos – não apenas grupos corporativos e empresariais”. O texto analisa que o objetivo do pacote de medidas é a retomada do crescimento e a expansão do desenvolvimento. “Pensar grande, no momento, é perceber os cortes propostos pelo gestor como um mal necessário e, sobretudo, incontornáveis”, assinala.

A publicação afirma que o Rio de Janeiro e o Rio Grande do Sul, estados entre os mais ricos do País, estão falidos por conta da corrupção (no caso do Rio), incompetência da gestão (Rio Grande do Sul) e da folha de pagamento do funcionalismo (problema que atinge ambos).  “Goiás não se tornou um Rio de Janeiro e um Rio Grande do Sul porque o governador Marconi Perillo antecipou-se e fez os cortes adequados”, destaca, em referência ao ajuste promovido pelo governador ainda em 2014.

Intitulado de “Cortes de Marconi visam não permitir que Goiás se torne um novo Rio de Janeiro ou Rio Grande do Sul”, o editorial lembra que o ajuste promovido em 2014 garantiu a possibilidade do governo de Goiás pagar a folha do funcionalismo público e fornecedores em dia e ainda construir obras. “Ajustes não agradam ninguém, nem mesmo seus promotores. Mas devem ser feitos e a sociedade, incluídos os servidores públicos, deve compreendê-los. Antes fazê-lo, perdendo alguns anéis, do que não fazê-los, perdendo, além dos anéis, os dedos”, destaca.

Detalhes

O programa de austeridade, afirma o jornal, “sinaliza uma economia de guerra, e, como tal, provisória”. O periódico ainda analisou detalhes do pacote, como os incentivos fiscais. “Não há dúvida de que, sem os incentivos fiscais, a industrialização de Goiás teria retardado. Mas, num período de crise, cortes de incentivos, ainda que parciais, são necessários para equilibrar as contas do governo”, observa.  

Segundo o editorial, a contribuição das empresas, para o que se pode chamar de “esforço de guerra”, será mínimo (uma alíquota de 15%). “Os empresários precisam entender que, colaborando para a recuperação da economia, adiante voltarão a ganhar mais. Sobretudo, precisam entender que todos os goianos precisam ganhar (e parece óbvio que, quando há renúncia fiscal, alguém ganha e alguém perde)”, analisa.

Para o semanário, a limitação de gastos dos órgãos públicos por dez anos também se mostra necessária: “Marconi Perillo impediu que Goiás quebrasse entre 2015 e 2016 – observe-se a folha de pagamento de servidores da maioria dos Estados (Goiás está pagando; a maior parte dos estados está em dificuldade), o setor de saúde (visite o Rio de Janeiro e, em seguida, vá ao Crer, ao Hugo, ao Hugol e ao HGG; você, se for isento, ficará com impressão, ao fazer a comparação, de que habita o primeiro mundo, quiçá o Canadá) — e, com as novas medidas, começa a trabalhar para que o Estado comece a recuperação mais cedo”.

O Jornal prevê que a crise deve continuar em 2017 e que a recuperação, se vier, tende a ocorrer a partir de 2018, sobretudo se as medidas do governo de Temer e do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, derem certo.  E sintetiza: “Aqueles governadores que não aceitarem as novas regras do jogo, pensando exclusivamente na política eleitoreira e nos aplausos populares e de empresários, quebrarão seus Estados”.