Em Goiânia, Manuela D’Ávila diz que o feminismo tem que atender às demandas das mulheres brasileiras
A ex-deputada enfatizou que as mulheres são as que mais sofrem com a diminuição da presença do Estado em um país desigual como o Brasil
Manuela D’Ávila esteve em Goiânia na noite desta terça-feira (12) no lançamento do livro ‘Revolução Laura’, do qual é autora. O evento ocorreu na Faculdade de Direito (FD) da Universidade Federal de Goiás (UFG). A ex-deputada federal disse que o feminismo deve atender às demandas das mulheres brasileiro. E que é preciso que a esquerda pense em como mobilizar outros setores da sociedade.
“O nosso feminismo tem que conseguir estar à altura de responder às demandas da maior parte das mulheres brasileiras. A tomada de consciência é importantíssima, mas não tem como ir à luta sem ter comida pro filho. É óbvio que as nossas lutas são também essas [defendidas atualmente]. Mas se forem só essas, elas não servem ao Brasil e não estão à altura de denunciar e construir alternativas ao que nós vivemos no País”, disse Manuela.
Ao afirmar que é mulher, mãe e feminista, ela citou algumas pautadas levantadas pelo movimento. E enfatizou as mulheres participam em maior número de manifestações pois são as que mais sofrem com a diminuição da presença do Estado em um país desigual como o Brasil.
“Existe um caminho. E existe a atenção das pessoas, que sofrem com essas saídas de alteridade, de diminuição do Estado, que agravará a crise”, completou. Ela citou, ainda, a realidade enfrentada por mães brasileiras que criam os filhos sem a presença paterna. E lembrou que as mulheres devem voltar a trabalhar apenas quatro meses após o parto.
Caso Marielle
A palestra foi toda permeada por falas sobre o Caso Marielle e as novidades divulgadas nesta terça-feira (12), quando foram presos Ronnie Lessa e e Elcio Vieira, suspeitos de participar do crime. Segundo Manuela, esse é um dia difícil, em que fica mais nítido quão profundo é o crime organizado no Brasil.
Ela ainda fez referências à saída do ex-deputado federal Jean Wyllys (PSOL) e, mais recentemente, da filósofa Márcia Tiburi, do Brasil. O motivo é o mesmo: ameaças sofridas devido às pautas de esquerda que os dois defendem.