ELEIÇÕES 2020

Em Goiás, 0,09% dos candidatos registrados no TSE são indígenas

“Vamos ocupar e pintar essas eleições com urucum e jenipapo”, declara Rosa Kambeba, candidata indígena de Aparecida

Em Goiás, 0,09% dos candidatos são indígenas

Em Goiás, 0,09% dos candidatos são indígenas. O número representa 22 nomes. Todos postulantes a vagas no legislativo – ao todo, 22.544 pessoas estão inscritas para disputar uma das 2.456 cadeiras das Câmara Municipais. Os demais classificaram a cor/raça como amarela (185), branca (9.254), parda (12.318) e preta (2.312). 245 não informaram – a soma, 24.336, também inclui os candidatos a prefeito.

A cidade com mais candidatos indígenas é Luziânia, com três: Elília Francisca Ramos Santos (PSB), Luiza Pereira de Souza (PT) e Paulo Vitor de Carvalho Souza (Pros). Aparecida de Goiânia, Aruanã, Itapaci e São Domingos possuem dois nomes, em cada.

Em Aparecida, disputam: Marcelo Dias (PL) e Maria Rosa Kambeba Omagua Yetê Anaquiri (PCdoB). Os nomes de Aruanã são Indiana Uaçuri da Silva (Cidadania) e Jasson Torobari (Podemos); em Itapaci, Luiz Gonzaga de Souza e Nilson Sergio Damasio, ambos do Solidariedade; e em São Domingos, Anísio Barbosa dos Santos e Helder Rodrigues de Souza, do PSB.

Com um candidato, Águas Lindas de Goiás (Adriane Pereira de França, Patriota); Catalão (Luis Cláudio Coelho, PT); Cocalzinho de Goiás (Elisângela Valério da Silva, PTB); Maurilândia (Luziana Maria da Cruz Silva, MDB); Nova América (Cleiton Barbosa Fraga, Podemos); Novo Gama (Joselma Silva Souza, PT); Planaltina (Francisco João da Silva, PSOL); Professor Jamil (Allan Cardoso de Assis, Patriota); Santo Antônio do Descoberto (Pedro Gil Lustosa Neto, Avante); Valparaíso de Goiás (Alessandro Luís de Andrade, do PDT) e Goiânia (Francis José Rodrigues Maia, DEM).

Índia

Maria Rosa Kambeba Omagua Yetê Anaquiri, ou Rosa Kambeba, como é conhecida, afirma que esses 22 candidatos indígenas representam um grande passo para ocupar os espaços “que nunca tivemos acesso por direito. Poucas lideranças conseguiram alcançar um cargo político e ajudaram os povos originários. Está na hora de nós estarmos a frente de todos os espaços de poder”.

Ela aponta que o legislativo sempre foi majoritariamente branco, elitizado e composto por homens. “A nossa entrada, de indígenas, mulheres pretas, quilombolas entre outras nas Câmaras, é de suma importância para atender as necessidades e a realidade do nosso povo e comunidade, que nunca foram pautas e preferenciais de politicas públicas”, justifica.

Para ela, este pleito terá mais representatividade que os passados. “Eu acredito e tenho andando com pessoas que somam comigo, com minhas lutas e no que acredito. Fui incentivada a participar desse desafio da candidatura com outras lideranças que querem a verdadeira mudança e o bem para o nosso povo”, destaca. De acordo com Rosa, já está na hora de nossas cidades e bairros terem a verdadeira cara e cores do nosso Estado. “Vamos ocupar e pintar essas eleições com urucum e jenipapo.”

“Mandata coletiva”

Há, ainda, uma outra candidata indígena que não é citada. Trata-se de Joana Porto, de Goiânia, que lançou candidatura coletiva com outras duas mulheres: Nina Soldera e Alessandra Minadakis. Como é uma “mandata coletiva“, somente a última registrou o nome – por isso Joana não consta na Justiça Eleitoral -, mas as três disputam de forma conjunta.

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