100% carne

Em meio à polêmica dos hambúrgueres, quiosques de rua garantem qualidade dos sanduíches: ‘Aqui é carne de verdade’

A polêmica da carne de hambúrguer que “parece, mas não é” ganhou o país nos…

A polêmica da carne de hambúrguer que “parece, mas não é” ganhou o país nos últimos dias. Depois do Mc Picanha, do McDonald’s, que na verdade não tinha a carne em sua composição, só o sabor do molho, o Burger King também entrou na mira do Procon por propaganda enganosa. A informação de que o Whopper Costela, na verdade, é aromatizado, levou o órgão de defesa do consumidor, subordinado à Secretaria Distrital de Justiça, a suspender a comercialização do sanduíche no Distrito Federal. Assim como o McDonald’s, que admitiu o erro e retirou o produto de seu cardápio, o Burger King trocou imediatamente o nome de seu sanduíche para Whopper Paleta Suína, corte de que realmente é feito.

Diante da polêmica, o EXTRA ganhou as ruas e foi perguntar para quem está à frente de quiosques que vendem sanduíches “com tudo dentro”, o famoso “podrão”: a carne do sanduba é de verdade ou também “parece, mas não é”?.

No quiosque O Trailer, em Irajá, Zona Norte do Rio, a carne “é carne mesmo”, garantem os sócios Gabriel Sedano e Hayana França, de 23 e 32 anos, respectivamente. Instalado na Praça São Constant, o trailer serve de ponto de encontro para moradores.

O carro-chefe do quiosque é um sanduíche chamado de PF. Isso mesmo, um “prato feito” que leva hambúrguer artesanal feito com blend de fraldinha, queijo cheddar, alho frito, maionese com ervas e batata frita, que vem dentro do sanduba, ao valor de R$ 25. O X-tudo, outro muito pedido no trailer, sai por R$ 18,90.

— O sanduíche remete à comida de mãe, aquela que vem com bastante alho e sabores, batata frita, e atrai gente de todos os lugares, até mesmo nos pedidos para entrega — conta Hayana.

Ela afirma que fazer hambúrguer de picanha sairia muito caro, em torno de R$ 40. Por isso Hayana e Gabriel optaram pela fraldinha, carne mais macia e saborosa.

— Prefiro entregar aos meus clientes um produto de qualidade e de verdade do que fazer um blend de picanha, que na verdade não tem picanha, tem a gordura da carne misturada com acém ou chã de dentro — sublinha ele.

Já no quiosque Sanduicheria Carioca, no Andaraí, Zona Norte do Rio, existem dois tipos de hambúrgueres: o artesanal, cujo recheio é feito no local e tem preço que reflete o zelo do comerciante, R$ 42; e o comum, que sai a R$ 15,90.

Jozileno Euzébio da Silva, de 41 anos, gerencia o negócio há três. Em um local amplo, com espaço para as crianças brincarem, na Rua Maxwell, a chapa limpa grelha carnes, ovos, queijos, bacon e até bifes.

— Nosso hambúrguer de picanha e o de costela são feitos por nós, usamos carnes de verdade — garante o gerente, exibindo a guloseima.

‘Não como em rede grande. Prefiro o Barão’

“Aqui, nossa carne é de verdade e todos os ingredientes são cuidadosamente escolhidos”, garante Diogelson Ferreira, de 45 anos, proprietário do quiosque Barão Lanches, na Rua Barão de Mesquita, na divisa entre Andaraí e Tijuca, Zona Norte.

O carro-chefe do Barão é o X-tudo, que vem com um tipo de omelete com bacon, duas carnes, queijo e presunto, custando R$ 15,90. O cliente ainda pode colocar os complementos, como alface, tomate e cebola, entre outros.

— As pessoas andam comendo coisas por aí e nem sabem o que é. Depois, ficam passando mal sem conhecer o motivo — diz Gelson, enquanto prepara um açaí com guaraná para um cliente.

Antonio Carlos Santos, de 39 anos, trabalha no posto de saúde perto do trailer. E é cliente assíduo do quiosque:

— Eu não como em rede grande, prefiro comer aqui no Barão, onde vejo prepararem o sanduíche, conheço a procedência dos alimentos e nunca passei mal.

KFC e Giraffas provocam McDonald’s e Burger King

Concorrentes do McDonald’s e do Burger King provocaram as gigantes do fast food, após a polêmica dos sanduíches que não tinham em sua composição os produtos anunciados pelos estabelecimentos. As empresas foram notificadas pelo Procon e convidadas pelo Senado a prestar esclarecimentos.

Segundo o órgão de defesa do consumidor, as redes de fast food divulgaram propaganda enganosa ao anunciarem os sanduíches McPicanha e Whopper Costela sem os referidos cortes da carne. As empresas reconheceram que os produtos não continham picanha nem costela e, na verdade, os sanduíches eram aromatizados.

Em campanha divulgada nesta terça-feira, o KFC afirmou que todos os seus sanduíches de frango são, de fato, feitos de frango. Na peça publicitária, a empresa destaca a imagem de um sanduíche e aponta para os ingredientes ressaltando o que “não é de frango” e o que é “100% frango”.

Logo após o caso envolvendo o McDonald’s na semana passada, o Giraffas brincou em publicação no Twitter: “Fomos notificadas por excesso de picanha no cardápio”, dizia o post ilustrado com a imagem de um prato e os dizeres “notícia urgente”.

O caso

A polêmica começou depois que clientes denunciaram o McDonald’s pela falta de picanha em seu sanduíche. A rede admitiu que a nova linha do McPicanha não tem o produto em sua composição, mas sim um “molho com aroma natural de picanha”.

Diante da repercussão, a empresa comunicou a retirada do hambúrguer de seu cardápio. Em outro anúncio, o McDonald’s disse que “vacilou” na escolha do nome e disse que voltaria com o produto, sem informar a data.