Frente de Luta por Moradia (FLM) iniciou na madrugada desta segunda-feira (31) uma série de ocupações em imóveis de São Paulo. De acordo com a coordenação do movimento, até as 11h30, oito prédios e terrenos tinham sido ocupados por famílias, cuja pauta envolve de reivindicações por habitação na cidade a protesto contra a Proposta de Emenda a Constituição (PEC) 241, que tramita no Congresso Nacional.
Em ao menos dois pontos, a Polícia Militar acompanhava a situação; em outro, na Rua Apa, em Santa Cecília, região central da capital paulista, famílias foram retiradas de um edifício logo após o início da manifestação.
Em nota, a Prefeitura de São Paulo informou que as ocupações ocorreram tanto em terrenos públicos quanto particulares. “Todas as áreas que forem da administração pública municipal serão objeto de pedido imediato de reintegração de posse”, declarou.
De acordo com a integrante do FLM Heloísa Silva, não há previsão para que as famílias deixem os locais.
Segundo o movimento, estão ocupados três imóveis na zona leste: na Rua Professor Wilson Reis dos Santos, em Guaianases; na Rua Antônio de França e Silva, em Sapopemba; e na Avenida Osvaldo do Vale Cordeiro, no Parque Savoy City. Na região central, foram tomados dois prédios: na Avenida Ipiranga, na República; e na Avenida 9 de Julho, na Bela Vista. Houve também ocupações na zona sul (Rua Ana Aslan, no Parque do Engenho) e na zona norte (Rua Doutor Alcides C. Bueno Filho, no Jardim Peri).
“É uma pauta permanente, em defesa da função social da propriedade e também em defesa do direito ao direito de moradia” disse Heloísa. Na Avenida Ipiranga, Ivanete Araújo, integrante do Movimento de Moradia na Luta por Justiça, disse também lutar “pela continuidade do Programa Minha Casa Minha Vida e contra a PEC 241”.
Em seu site, a FLM comunicou a ação simultânea em vários pontos da capital. Citando as ocupações promovidas por estudantes principalmente no Paraná, a carta fala em união na luta por Justiça.
“Enquanto os estudantes ocupam as escolas e travam uma luta justa para salvar a educação. Nós, sem-tetos, ocupamos imóveis abandonados fora da lei para assegurar a justiça social e conquistar nossa moradia. Irmanamo-nos todos: estudantes, sem-tetos e trabalhadores na luta por justiça. Esta ação de ocupação de imóveis abandonados tem como fundamento a proteção de nossos filhos e de nossas famílias.”