Uma mulher que trabalhou na mansão de Jeff Bezos como empregada doméstica está processando o bilionário. Ela afirma que adquiriu infecção do trato urinário diversas vezes, pois o patrão não disponibilizava um banheiro razoavelmente acessível para as funcionárias.
Segundo o site “Jezebel”, que teria tido ao acesso aos documentos do processo, Mercedes Wedaa acusa o fundador da Amazon de submetê-la a condições inseguras e insalubres de trabalho.
Mercedes trabalhou durante um ano e meio na casa do bilionário em Seattle como governanta, ou seja, liderava uma equipe de domésticas. O processo trabalhista tem como alvos o próprio Jeff Bezos, além de duas empresas terceirizadas que administram suas propriedades, a Northwestern LLC e a Zefram LLC.
Tanto Mercedes quanto outras funcionárias precisavam pular uma janela, atravessar uma casa de máquinas subterrânea e descer uma escada para acessar o único banheiro disponível, que era dividido com funcionários homens da equipe de manutenção.
Após reclamarem da falta de um local apropriado, as funcionárias receberam orientação de usar o banheiro da equipe de segurança, que ficava dentro da sala de monitoramento. Porém, os próprios guardas negaram o acesso, alegando que isso quebraria os protocolos de segurança.
Como consequência da falta de acesso a banheiro, não apenas Mercedes mas várias funcionárias “frequentemente desenvolviam infecção do trato urinário”, diz o documento.
Segundo informações contidas no documento, a ex-funcionária afirma ainda que fazia jornadas de 14 horas, muitas vezes sem pausas para refeição, e que sofria discriminação racial por ser latina. Segundo o documento, Bezos tratava os funcionários latinos de forma diferente dos brancos e ordenava que as empregadas “servissem a família sem serem vistas”.
Sobre isso, o bilionário teria respondido que “jamais poderia ser racista”, já que sua namorada, Lauren Sanchez, é descendente de mexicanos.
Não é a primeira vez que Bezos é acusado de colocar seus trabalhadores em condições sub-humanas. No ano passado, um escândalo trabalhista na Amazon trouxe à tona uma série de maus-tratos que os funcionários sofriam. Uma prática comum na empresa era urinar em garrafas para conseguir cumprir os prazos de entrega.