Empresa responsável por mau cheiro em Goiânia e Aparecida não tem licença para funcionar
Prefeito de Aparecida afirma a única autorização expedida para o local libera apenas atividades de pedreira. Pedreira aponta que arrenda terreno para companhia de asfato
O secretário de meio ambiente, Claudio Everson, afirma que a Goiás Asfaltos, empresa responsável por vazamento que provocou mau cheiro em bairros de Goiânia e de Aparecida, nesta quinta-feira (10), não tem licença para funcionar. A companhia divide área com a Pedreira Araguaia e, segundo o município, apenas esta segunda tem autorização para operar.
“Eles não tem licença nenhuma. O que está licenciado aqui é a atividade de pedreira. É comum acontecer isso, você licencia uma atividade e eles colocam outras subatividades dentro dessa mesma atividade. Tem a pedreira e a empresa de asfalto, [a segunda] funciona aqui só com o registro CNPJ do local, mas não tem as devidas licenças do município (sic)”, afirma o secretário.
A assessoria de comunicação da Pedreira Araguaia, por sua vez, afirma que a empresa de asfalto é uma espécie de locatária do espaço que é da pedreira e que este seria o único vínculo entre as organizações. “Essa empresa funciona como se fosse um locatário arrendado dentro do espaço da pedreira, mas não tem vínculo nenhum com a pedreira. É como se eles alugassem o espaço para ter a usina”, aponta a assessoria da pedreira.
De acordo com as autoridades, a substância que vazou é semelhante a um óleo, mas ainda precisa passar por perícia. Moradores das localidades atingidas relataram forte cheiro de óleo diesel, petróleo ou substâncias afins. O Corpo de Bombeiros afirma que o elemento não é tóxico e não causa danos à saúde. Apesar disso, idosos e crianças podem apresentar certa sensibilidade ao odor. Militares orientam que casos de mal-estar devem ser direcionados a unidades de saúde.
O Mais Goiás tenta contato com a referida empresa de asfalto.
Goiânia
Em nota, a Prefeitura de Goiânia informou que equipes da Agência Municipal de Meio Ambiente (AMMA) e da Defesa Civil estão no local para levantar informações sobre a possível causa. Confira nota na integra:
“ Até o momento, não foi registrado atendimento nas unidades de saúde referente a este fenômeno.
– A Seinfra ressalta, ainda, que o problema foi isolado e contornado pela Pedreira Araguaia, em Aparecida de Goiânia, e que o episódio não atingiu a pedreira da secretaria nem outras que ficam nos arredores.
– A Gerência de Monitoramento da Amma Goiânia esteve nas divisas dos municípios de Aparecida de Goiânia e a capital, na região sudeste, para realizar medições do ar.
– Após o trabalho realizado na manhã desta quinta-feira, 10, não foi constatado nenhum odor ou gás no ar da capital”
– A Amma e a Defesa Civil seguem monitorando o caso, e possíveis efeitos no Meio Ambiente da capital”.
Aparecida
A Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Aparecida de Goiânia (Semma) também divulgou nota sobre a situação. Segundo a pasta, fiscais vão periciar o local para determinar o impacto ambiental decorrente do vazamento. Veja a íntegra do documento:
“A Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade de Aparecida (Semma), com apoio da Defesa Civil, da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), Polícia Civil (Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Meio Ambiente) e do Corpo de Bombeiros, apurou na manhã desta quinta-feira (10) a ocorrência de mau cheiro na Região Leste do município, sobretudo nos bairros da capital que fazem divisa com Aparecida.
O órgão informa ainda que ao chegaram ao local, a equipe de fiscalização de fiscalização detectou que dentro de uma pedreira, no Setor Santa Luzia, funcionava uma usina de asfalto sem o devido licenciamento para operação das atividades.
Informa ainda que foi apurado que na madrugada de hoje houve superaquecimento de um equipamento da usina, o que acabou ocasionando o vazamento de óleo utilizado na fabricação da massa asfáltica. Com isso, houve princípio de incêndio, que atingiu parte de um caminhão que estava estacionado no local. A fumaça decorrente desse acidente, somada ao cheiro da substância que vazou, acabou importunando moradores de Aparecida e da capital.
Os fiscais da Semma permaneceram no local por toda a manhã. Eles apuraram que a usina na empresa Goiás Asfaltos estava em situação irregular; não tinha licenciamento. Por isso, a empresa foi notificada, autuada e interditada.
Informa ainda que não houve registro de feridos, apenas o mau cheiro reclamado pelos moradores e constatado pelos fiscais.
A Secretaria de Saúde de Aparecida informa que até as 11h45 desta quinta-feira nenhum paciente havia dado entrada na UPA Flamboyant – que fica nas proximidades da empresa – com suspeita de intoxicação por ter inalado ao ar na região onde foi sentido o mau cheiro. O atendimento na unidade segue normalmente.
O órgão informa ainda que fiscais da Semma vão elaborar laudo técnico para avaliar os danos ambientais causados e, com isso, instaurar medidas administrativas previstas na legislação. A empresa será responsabilizada pelos danos causados”.
*Jeice Oliveira compõe programa de estágio do Mais Goiás sob supervisão de Hugo Oliveira