Empresária acusada de mandar matar namorado está com tumor cerebral
Anne Cipriano Frigo está presa desde 18 de agosto junto com o corretor, acusado de atirar na vítima
A empresária Anne Cipriano Frigo, que está detida acusada de mandar matar o namorado, está com um tumor cerebral, de acordo com o advogado dela, Celso Sanchez Vilardi. Ela está internada desde o mês passado no Hospital Albert Einstein. Inclusive, ela teria passado por uma cirurgia para a retirada do câncer.
“Ela está com câncer cerebral. Passou pela cirurgia para extração do tumor, mas ainda terá de fazer quimioterapia e radioterapia”, disse o defensor da mulher no caso em que ela é acusada de ser mandante da morte de Vitor Lúcio Jacinto, de 40 anos.
Ainda de acordo com o advogado, ela deixou a Penitenciária Feminina de Sant’Anna, em São Paulo, no dia 2 de outubro para ser internada após decisão judicial. Anne está algemada num quarto que conta com escoltas de agentes da Secretaria da Administração Penitenciária (SAP).
“Ela está com agentes da SAP. É o procedimento. Não sei como ela está agora, mas tem um procedimento com algemas e escolta constantes”, falou Vilardi.
O advogado afirma que entrou com o um pedido da Justiça para que a cliente cumpra a prisão preventiva em casa por causa da doença e a necessidade do tratamento de quimioterapia e radioterapia. “Entramos com um HC [Habeas Corpus] no TJ [Tribunal de Justiça, em São Paulo] e no STJ [Superior Tribunal de Justiça, em Brasília]. Peço que ela possa ficar em casa para o tratamento”.
Ele explica que o Tribunal de Justiça deverá julgar o pedido nesta terça-feira (09/11) ou no próximo dia 16 de outubro.
Empresária acusada de mandar matar o namorado está presa desde agosto
A empresária está detida desde 18 de agosto. Segundo o Ministério Público, ela pagou R$ 200 mil ao corretor Carlos Alex Ribeiro de Souza, de 28 anos, uma espécie de “faz tudo” do casal, para executar o crime. Frigo nega as acusações.
A motivação, de acordo com a Polícia Civil, teria sido a descoberta de traições do namorado. Por outro lado, a empresária diz que o assassinato ocorreu devido a uma disputa por seu dinheiro entre o corretor e a vítima.
O corpo de Jacinto foi encontrado na represa Guarapiranga, na zona sul da capital paulista. Ele foi morto com um tiro no coração disparado por Souza, que confessou o crime. Em seguida, o assassino ateou fogo no corpo da vítima.
Em depoimento à Polícia Civil, Frigo admitiu que ficou sabendo da morte do namorado momentos depois do crime, mas só contou para os investigadores quando foi presa, duas semanas após a morte de Jacinto.
Segundo a socialite, ela guardou a confissão feita pelo corretor de imóveis pois ele teria ameaçado seus filhos. Ela perdeu a guarda das crianças após se divorciar em seu primeiro casamento.
“Dei um tiro nele. Matei porque estava me devendo”, teria afirmado Souza, conforme relato de Frigo.
Entre o assassinato e o momento de sua prisão, a empresária levou uma vida normal, o que reforçou a tese de que seria mandante do crime. Segundo as investigações, ela brindou seu aniversário de 46 anos em um jantar com amigas poucos dias depois do assassinato.
Frigo é herdeira de uma família de industriais e vivia uma vida luxuosa na Vila Nova Conceição, bairro nobre da zona sul de São Paulo. Os imóveis de seu prédio são avaliados em cerca de R$ 20 milhões. Ela fundou e presidiu o Museu da Imaginação, um espaço infantil na Lapa (zona oeste).
Empresária virou réu por mandar matar o namorado
Desde então, Anne e o corretor viraram réus no processo que apura os crimes de homicídio doloso qualificado, roubo, ocultação de cadáver e fraude processual. Além deles, o motoboy Leandro Lopes Brasil também é reu. Ele é acusado pelo MP por ter ajudado o corretor a esconder o corpo da vítima, mas responde em liberdade.
Os próximos passos será marcar a audiência de instrução do caso para interrogar os acusados e decidir se há ou não indícios de crimes para levá-los a júri popular.
A acusação do MP ainda traz vídeos de câmeras de segurança, depoimentos de testemunhas que relaram que a empresária e o segurança discutiam e trocas de mensagens de celular entre os investigadores e parentes da vítima comprova a participação de ambos no crime
Os celulares dos acusados foram apreendidos. Segundo a Polícia Civil, o corretor teria usado o celular da vítima para responder a empresária e aos familiares dele. No carro de Carlos, a corporação encontrou a cápsula de uma arma que pode ter sido utilizada para matar Vitor.
*Com informações do g1