A empresária Anne Cipriano Frigo, 46, é acusada de ser a mandante da morte do namorado Vitor Lúcio Jacinto, 42. Segundo o DHPP (Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa), ela prometeu pagar R$ 200 mil para o corretor de imóveis Carlos Alex Ribeiro de Souza, 28, cometer o assassinato.
Anne é dona da empresa Museu da Imaginação e também atua no ramo de papelão. Ela tem um imóvel avaliado em R$ 20 milhões. O corretor de imóveis acrescentou no DHPP que não chegou a receber os R$ 200 mil prometidos pela empresária.
A Justiça de São Paulo decretou a prisão temporária de 30 dias de Anne e Carlos Alex.
O crime aconteceu no último dia 17. O corpo da vítima foi encontrado na região do 100º DP (Jardim Herculano), nas proximidades da represa Guarapiranga, na zona sul de São Paulo. O casal está preso e, segundo o delegado Fábio Pinheiro, diretor do DHPP, Carlos confessou o assassinato.
Pinheiro acrescentou que a empresária, ao ser interrogada na tarde desta terça-feira (29), se manteve em silêncio. O UOL tenta falar com os advogados dela e, assim que conseguir contato, vai publicar a versão da defesa da acusada.
Festa de aniversário após o crime
O diretor do DHPP afirmou ainda que, dois dias depois de mandar matar o namorado, Anne comemorou o aniversário com amigos e deu uma grande festa. A Justiça decretou a prisão temporária de 30 dias da empresária e do corretor de imóveis.
Investigadores do Departamento de Homicídios suspeitam que a motivação do crime foi passional. Anne teria descoberto que ele a traiu. A empresária também estava descontente com Vitor porque ele estava gastando muito dinheiro dela. Ela deu de presente um Porsche no valor de R$ 2 milhões para ele e uma bicicleta de R$ 120 mil.
Vitor trabalhava de segurança em um restaurante. O relacionamento começou havia quatro anos, quando eles se encontraram por meio de um site de paquera. Ela se apaixonou, o tirou do serviço e passou a bancá-lo. A mulher morava em São Paulo e o ex-segurança em Alphaville. Ela pagava o aluguel de R$ 32 mil para ele.
Suspeito era corretor do casal
Carlos trabalhava de corretor para o casal. No dia do crime, para atrair Vitor à morte, ele o convidou para olhar um imóvel. Segundo afirmou no DHPP, na rodovia Castello Branco, Carlos, dentro do carro, deu um tiro nas costas da vítima.
Ele abaixou o banco do veículo e seguiu para a região de Guarapiranga. Vitor já estava morto. O assassino pegou um pouco de combustível e tentou atear fogo no corpo para prejudicar a identificação e tentar eliminar possíveis provas.
O corpo de Vitor ficou queimado nos pés. O DHPP apurou que havia pouco combustível no carro usado no crime. O cadáver foi encontrado no dia seguinte.
O assassino ficou com o telefone celular da vítima. De acordo com o DHPP, Anne pegou o aparelho e, para tentar despistar uma possível investigação contra ela, usou o equipamento, se passando por Vitor, e enviou mensagens para ela mesma, inclusive de parabéns pelo aniversário. O caso foi esclarecido pela delegada Magali Celeghin Vaz, da equipe A-Sul do DHPP.