Energia e transporte tiveram maior peso na inflação de março
Outros serviços apresentaram elevação – água e esgoto – 2,65% – e o gás de cozinha – 1,83%.
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A inflação registrada no mês de março em Goiânia teve alta de 2,59%. É o maior índice registrado desde março de 2003, quando houve variação de 2,99%. De acordo com o levantamento realizado pelo Instituto Mauro Borges (IMB), ligado à Secretaria de Gestão e Planejamento (Segplan), o reajuste na tarifa de energia elétrica aplicado em função da cobrança da bandeira vermelha (29,56%) foi o que mais impactou o orçamento das famílias goianienses. Outros serviços apresentaram elevação – água e esgoto – 2,65% – e o gás de cozinha – 1,83%.
Além da habitação, transporte e alimentação também pesaram no bolso dos consumidores, sendo responsáveis por 88% da inflação. As despesas residuais com o aumento da passagem do transporte coletivo na Região Metropolitana (8,91%), ocorrido em fevereiro, somadas aos gastos com alimentação (0,83%) também pesaram nesta conta.
O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) é divulgado mensalmente pelo IMB. O indicador superou o aferido em fevereiro, de 1,55%, e no fechamento do trimestre resultou em 6,03%.
Abril
Para o gerente de Pesquisas Sistemáticas e Especiais do IMB, Marcelo Eurico de Sousa, pode-se esperar uma tendência de alta para este mês, em decorrência de reajustes que ainda serão aplicados. “O mês de abril já entra com uma sugestão positiva porque já temos em vigor o reajuste dos medicamentos, em torno de 7% já em vigor. Temos também a expectativa de que o pão francês possa vir com variação positiva em razão de custo de matéria-prima – trigo – e alimentos devem pressionar o índice de abril”, analisa.
Como o acumulado do primeiro trimestre, (6,03%) já corresponde ao acumulado dos 10 primeiros meses de 2014, Marcelo recomenda cautela para que o consumidor não perca controle sobre o orçamento. A tendência até o fim de 2015 é de que a inflação continue em disparada. “Ontem, o Banco Central liberou uma nova avaliação para o IPCA, de 8,2%, para o fechamento de 2015, muito acima do teto da meta programado pelo governo”, comentou.
Alimentação
Em março, houve uma ligeira queda nos preços dos alimentos na comparação com fevereiro (1,49% para 0,83%). Com o final do período de chuvas, a estimativa é que a oferta dos produtos seja normalizada, com estabilidade e/ou menores custos nas prateleiras dos supermercados.
Cesta básica
A cesta básica está custando R$279,71, o que representa recuo de 1,17% em relação ao mês de fevereiro, quando era preciso desembolsar R$283,03. Segundo Marcelo, a oscilação negativa já é reflexo dos alimentos mais acessíveis com o período de safra. Dos 12 itens que compõem a cesta, cinco ficaram mais baratos, um ficou estável e outros seis estão mais salgados. Os destaques são: margarina (4,87%) café (4,57%) óleo de soja (4,15%). Já as frutas (-5,9%), carne (-3,22%) e arroz (-1,68%) aliviaram o valor da cesta.