crise na saúde

Enfermeiros de maternidades em Goiânia fazem paralisação por falta de pagamentos

Durante a greve serão mantidos 30% dos atendimentos classificados como urgência e emergência

Sem pagamentos, enfermeiros de maternidades públicas de Goiânia iniciaram paralisação das atividades por tempo indeterminado. A greve de enfermeiros e técnicos de enfermagem começou na segunda-feira (9) e atinge as maternidades Dona Íris, Nascer Cidadão e Célia Câmara. Como determina a lei, neste período serão mantidos 30% dos atendimentos classificados como urgência e emergência.

Em nota, o Sindicato dos Enfermeiros de Goiás (Sieg) informou que os profissionais das três unidades de saúde “deliberaram, por unanimidade de votos dos presentes na Assembleia Geral Extraordinária, pela paralisação por tempo indeterminado dos atendimentos de enfermagem a partir de segunda-feira (9/12), sendo mantidos apenas 30% dos atendimentos classificados como de urgência e emergência”.

Ainda segundo a nota, a paralisação segue até que sejam atendidas as seguintes reivindicações: pagamento de salário do mês de novembro/2024; pagamento da primeira parcela do 13º salário
e pagamento de adiantamento de férias.

O Sindicato dos Enfermeiros disse que aguarda que a Prefeitura de Goiânia proceda com os pagamentos dos trabalhadores para que os serviços sejam retomados.

A paralisação das atividades tem funcionado no seguinte esquema: seis horas de interrupção durante o período matutino e mais seis horas de interrupção durante o período noturno. A paralisação deve seguir desta forma até a próxima quarta-feira (11), data em que o sindicato planeja fazer uma nova assembleia para discutir o assunto.

Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) esclareceu que os pagamentos para a Fundação de Apoio ao Hospital das Clínicas (Fundahc) serão definidos conforme o Ministério Público (MP-GO). Uma nova reunião com o órgão fiscalizador está prevista para esta quarta-feira (11/2).

A Fundahc, que administra as três maternidades municipais, emitiu nota. Veja na íntegra:

  • É direito dos trabalhadores celetistas e estatutários aderir a movimentos grevistas, desde que respeitem a legislação vigente. Conforme estabelecido pela Lei nº 7.783/1989, é obrigatório manter um percentual mínimo de 30% dos profissionais de enfermagem em atividade, assegurando assim a continuidade dos serviços essenciais à população.
  • Os respectivos sindicatos informaram sobre a decisão de paralisação e, até o momento, os profissionais cumprem o definido em lei.
  • Dos 1.530 colaboradores da fundação, 733 são enfermeiros ou técnicos de enfermagem. Há, ainda, 76 profissionais que são servidores da Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia (SMS). A classe desempenha um papel fundamental e indispensável nas rotinas de assistência aos pacientes.
  • A Fundahc/UFG é uma fundação sem fins lucrativos gestora das maternidades de Goiânia. Todos os recursos para sua manutenção são provenientes da Prefeitura da capital por meio da SMS. 
  • A crise financeira enfrentada pelas maternidades é uma realidade há muito conhecida e todos os esforços têm sido feitos pela direção-executiva da Fundahc/UFG para saná-la. A fundação aguarda, portanto, repasse de recursos para pagamento da folha salarial, 13° salário, férias e vale-alimentação dos colaboradores até a presente data.
  • A fundação se solidariza com os profissionais e agradece seu trabalho e sua dedicação à saúde dos pacientes.