Eram 4h30 da manhã de domingo no Palácio do Campo das Princesas quando Marina Silva foi avisar a viúva de Eduardo Campos, Renata, que iria para o hotel descansar um pouco. Estava junto da família do ex-governador desde o dia anterior.
Naquela hora, o velório do político morto tragicamente num acidente aéreo estava mais vazio. As centenas de pessoas que haviam esperado o corpo já haviam ido embora. As 100 mil que acompanhariam a missa daquele dia ainda não haviam chegado.
Os filhos de Campos estavam, literalmente, debruçados sobre o caixão. Marina se aproximou e, antes de partir, engatou uma conversa saudosa sobre “causos” da campanha com Renata e os filhos. Por alguns instantes, todos sorriram.
A foto desse momento tem causado polêmica na internet. A imagem é compartilhada nas redes sociais com insinuações de que Marina, que será anunciada a nova candidata do PSB à Presidência na quarta-feira, não estivesse sofrendo com a perda do companheiro de chapa.
A ironia é que um dos “causos” contados por Marina era a lembrança de uma palavra que ela aprendera com Campos: “ingrisia”. A expressão pernambucana significa o ato de ficar arranjando problemas, de fazer picuinhas entre as pessoas.