Operação Lava Jato

Envolvidos pela PGR dizem que mostrarão inverdades de Delcídio

A petição tem como base a delação premiada do senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS), investigado na Operação Lava jato.

Senadores e deputado divulgaram notas hoje (2) comentando o pedido da Procuradoria-Geral da República para abertura de inquérito contra eles, ou inclusão de novas informações em inquéritos em andamento. A petição tem como base a delação premiada do senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS), investigado na Operação Lava jato.

As petições do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, solicitando ao Supremo Tribunal Federal autorização para iniciar as investigações contra parlamentares e ministros, foram entregues na última quinta-feira (28).

Os envolvidos são o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL); da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), os senadores Aécio Neves (PSDB-MG), Valdir Raupp (PMDB-RR), Romero Jucá (PMDB-RO) e Jader Barbalho (PMDB-PA), e o deputado federal Marco Maia (PT-RS), além dos ministros da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Edinho Silva, e do Tribunal de Contas da União (TCU), Vital do Rêgo.

No caso dos parlamentares do PMDB, Janot pede que as informações coletadas na delação de Delcídio do Amaral sejam incluídas nos inquéritos a que eles respondem na Operação Lava Jato.

Renan Calheiros

Renan Calheiros se limitou, por meio de sua assessoria de imprensa, a dizer que considera “delírios” as acusações do senador Delcídio do Amaral contra ele. Calheiros reiterou que está à disposição para quaisquer esclarecimentos.

Aécio Neves

Presidente nacional do PSDB, o senador Aécio Neves disse que “considera absolutamente natural e necessário que as investigações sejam feitas, pois elas demonstrarão, como  ocorreu outras vezes, a correção de sua conduta”.

Na nota divulgada por sua assessoria, Aécio lembra que todas as citações a seu nome feitas por Delcídio do Amaral foram sobre situações que ele “ouviu dizer”, sem que nenhuma prova tenha sido apresentada pelo senador.

“Tratam-se de temas antigos, que foram objeto de investigações anteriores, quando foram arquivados, ou de temas que não guardam relação com o senador”, afirma a nota.

Valdir Raupp

Valdir Raupp disse que não participou de indicação de cargos no setor elétrico e considera a delação de Delcídio do Amaral “uma acusação inverídica”.

Marco Maia

O deputado Marco Maia disse compreender o pedido de investigação do Ministério Público, o qual, ele acredita, comprovará que as acusações de Delcídio são “uma mentira deslavada”. “Refuto com indignação as ilações ditas à luz de acordos de delação”, diz o deputado na nota.

Marco Maia lembra ter sido relator da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito da Petrobras em 2014, quando pediu o indiciamento de 53 pessoas que, segundo ele, estão envolvidas no atual escândalo de corrupção. Ele garante que não recebeu doação das empresas citadas pela CPMI no relatório final.

“Por fim utilizarei de todas as medidas legais para que a verdade seja estabelecida e para que os possíveis desgastes a minha imagem de parlamentar sejam reparados na sua integralidade”, conclui.

Vital do Rêgo

O ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Vital do Rêgo disse que repudia as ilações associadas a seu nome na delação premiada de Delcídio.

“Ao tempo que reitera o repúdio às ilações associadas a seu nome na referida delação premiada, desprovidas de qualquer verossimilhança, o ministro Vital do Rêgo informa que está à disposição das instituições para qualquer esclarecimento”, acrescentou nota divulgada pelo TCU.

Edinho Silva

O ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência, Edinho Silva, voltou a criticar a delação do senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS). Ele disse ser favorável à apuração de “todos os fatos” sobre  sua atuação na campanha da presidenta Dilma Rousseff em 2014.

“Sempre agi de maneira ética, correta e dentro da legalidade. As afirmações do senador Delcídio Amaral são mentiras escandalosas. Jamais orientei o senador a ‘esquentar’ doações e jamais mantive contato com as mencionadas empresas, antes ou durante a campanha eleitoral”, afirmou o ministro por meio de nota.