Esposa negociou morte de empresário no Whatsapp por R$ 60 mil, diz polícia
O empresário foi assassinado porque teria descoberto que estava sendo traído e também porque a mulher queria ficar com os bens dele
O assassinato do empresário Toni da Silva Flor, de 38 anos, morto ao ser alvejado a tiros quando chegava a uma academia em Cuiabá, em 11 de agosto do ano passado, foi articulado por meio de videochamadas feitas no aplicativo WhatsApp entre três suspeitos do crime, que também teriam acordado o valor de R$ 60 mil pela morte dele, segundo o delegado Marcel Oliveira, da DHPP (Delegacia Especializada de Homicídios e Proteção a Pessoa de Cuiabá), responsável pelas investigações do crime.
A representante comercial Ana Cláudia Flor, que era casada com Toni, foi presa temporariamente na quinta-feira (19), em Cuiabá, após investigações da PC-MT (Polícia Civil de Mato Grosso) suspeitarem que ela seria a mandante do crime. Ela nega a participação no crime.
A polícia disse que o empresário foi assassinado porque teria descoberto que estava sendo traído e também porque a mulher queria ficar com os bens dele.
Toni da Silva Flor foi abordado por um homem ainda no estacionamento de uma academia, que o chamou pelo nome. O empresário não chegou a responder e já foi atingido por cinco tiros de arma de fogo, segundo a polícia. Mesmo ferido, ele conseguiu correr para dentro da academia, chegou a ser socorrido para o Hospital Municipal de Cuiabá, foi submetido a uma cirurgia, mas morreu dois dias depois.
Também na quinta-feira, a polícia cumpriu três mandados de prisão temporária, incluindo a prisão de Ana Cláudia, e cinco mandados de busca e apreensão expedidas pela 12ª Vara Criminal de Cuiabá. Foram apreendidos aparelhos de telefone celular, agendas e outros objetos que subsidiarão a continuidade das investigações sobre o crime.
A polícia afirmou que o assassinato de Toni da Silva Flor foi elucidado depois da prisão de Igor Espinosa, de 26 anos, na semana passada. O preso confessou durante a oitiva ter atirado e matado o empresário a mando de Ana Cláudia Flor, e que após o crime fez uma videochamada para informar o atentado contra a vítima, disse a Polícia Civil:
O crime foi acertado por uma videochamada entre dois intermediários e a mandante, onde ficou acertado o valor de R$ 60 mil pela morte do empresário. Parte do valor, R$ 20 mil, foi pago após o crime a um dos intermediários, sendo entregue em um envelope, nas proximidades do bairro Alvorada e posteriormente passados ao executor, que viajou com o dinheiro para o Rio de Janeiro”.
O preso relatou que um amigo de Ana Claúdia, que não teve o nome divulgado, entregou uma arma de fogo para matar o empresário e, depois, esse intermediário se desfez da arma ao jogá-la no lago do Manso. “O restante do valor combinado pela empreitada criminosa não foi pago”, disse a polícia.
Das suspeitas à prisão
O delegado Marcel Oliveira destacou que desde o início das investigações havia a suspeita de que mulher do empresário seria a mandante do crime, no entanto “era necessário reunir os elementos que corroborassem para as informações anônimas”. O delegado afirmou que Ana Cláudia ia regularmente à delegacia para saber como estavam as investigações e sempre perguntava se já havia sido descoberto o mandante do crime.