Estudante conta momentos de pânico que viveu antes de ser ferida por namorado no motel, em Aparecida
Após ficar 12 dias internada, a estudante Pollyana Cristine Carvalho, de 32 anos, recebeu alta…
Após ficar 12 dias internada, a estudante Pollyana Cristine Carvalho, de 32 anos, recebeu alta do Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo). A mulher ficou gravemente ferida após um possível desentendimento com o seu namorado, o empresário Jean Carlos Lopes, de 44, no quarto de um motel em Aparecida de Goiânia. O caso continua sendo investigado pela Polícia Civil. Ela foi ferida na cabeça, pescoço, braços, pernas e rosto por caco de vidro, que estavam em grande quantidade na cena do crime.
Em reportagem à TV Anhanguera, Pollyana lembrou os momentos de pânico que viveu dentro do quarto. ” Continuava me xingando. Disse que não iria parar [de agredi-la] e que iríamos morrer lá dentro naquele dia”, conta a estudante. Pollyana também destacou que o namorado teria ingerido bebida alcoólica em uma festa e a confusão teria se iniciado por ele desconfiar que ela estava lhe traindo.
“Quando eu peguei na maçaneta para ir embora, ele me puxou pelos cabelos e me jogou em cima da cama. Me xingando e me socando. Logo em seguida, ele pegou uma garrafa e quebrou. Saiu uma ponta nela e ele já enfiou no meu pescoço”, relembra.
A estudante contou à reportagem que se escondeu embaixo da cama para fugir das agressões do namorado. Nesse momento, segundo ela, Jean teria se matado com um golpe no pescoço. “Ele já deitou todo ensanguentado do lado da cama, olhando para mim. Esperei um bom tempo para ver se ele se mexia. Aí quando eu vi que ele não estava se mexendo, levantei e fui cambaleando”, destaca.
No ano passado, a estudante registrou vários boletins de ocorrência contra o namorado por ter sido agredida. No dia do crime, a Polícia Civil confirmou que o homem possuía um extenso histórico por agredir Pollyana. “Nos afastamos por algum tempo e depois a gente voltou a conversar de novo. Ele me procurou e também era apaixonada”, pontua.
João Carlos Carvalho, pai de Pollyana, lembra emocionado à reportagem, que sentiu medo de perder a sua filha e que nunca foi a favor do relacionamento dela com o empresário, que durou um ano e meio. ” O estado que eu a vi no Hugo, na sala de emergência, ali entre a vida e a morte, toda machucada, eu não sabia o que fazer. Pensei que perderia minha filha”, pontua.
Segundo o delegado à frente do caso, Klayton Camilo, do Grupo de Investigações de Homicídio (GIH), na próxima semana Pollyana prestará depoimento. ” Até terça-feria ela comparecerá à delegacia. Após isso, verificaremos se haverá a necessidade de mais pessoas serem ouvidas”, conta.
Familiares de Jean
No dia do crime, Rafael Porfírio, primo de Jean, contou ao Mais Goiás que o empresário estava no churrasco com alguns amigos. “Eles eram apenas namorados”. Segundo informações de amigos, Jean estava se divertindo em um churrasco quando recebeu uma ligação dela, que passou lá para buscá-lo. “Antes, ele informou ao pessoal que não iria demorar, mas nunca retornou. Não temos informação de que já houve agressão no relacionamento. Ela não era muito íntima da família, só sabemos que era acadêmica de direito”.
O primo descreveu que a família estava “muito abalada”, pois o empresário não tinha filhos e morava com os pais. “Ele era uma pessoa querida na região do Novo Horizonte e da Vila Boa, onde crescemos juntos e ele tinha uma pizzaria. Tanto é que tivemos cerca de 400 pessoas no velório dele, que aconteceu na Assembleia de Deus da Vila Boa”.