Tira e põe

Estudantes repõem faixa arrancada da UFPR em ato pró-Bolsonaro

No domingo (26), uma faixa com a frase "em defesa da Educação" pendurada no mesmo local havia sido retirada sob aplausos por manifestantes que participaram do ato pró-governo Bolsonaro

Estudantes e professores que participam do ato contra o bloqueio de verbas da Educação em Curitiba instalaram nesta quinta-feira (30) uma nova faixa na fachada do prédio histórico da UFPR (Universidade Federal do Paraná).

No domingo (26), uma faixa com a frase “em defesa da Educação” pendurada no mesmo local havia sido retirada sob aplausos por manifestantes que participaram do ato pró-governo Bolsonaro.

A nova faixa é maior que a anterior e foi colocada num local mais alto da fachada do prédio da UFPR, numa operação que contou com andaimes.

“Isso mostra que toda vez que a educação for atacada estaremos aqui para defendê-la e colocá-la num ponto ainda mais alto”, disse Paulo Vieira Neto, presidente da Associação dos Professores da UFPR, uma das entidades que participam do ato em Curitiba.

A nova faixa traz novamente a frase “em defesa da Educação”. Tem, porém, uma observação sobre quem custeou sua confecção: “este material foi produzido e pago com recursos de colaboradores externos, ex-alunos, alunos, técnicos e professores”.

“Temos responsabilidade e não usamos dinheiro público para nos manifestar”, lembrou o estudante Edilonson de Oliveira, integrante do DCE (Diretório Central dos Estudantes) da UFPR.

Em entrevista ao Blog de Leonardo Sakamoto, o reitor da UFPR, Ricardo Marcelo Fonseca, classificou a retirada da faixa anterior por manifestantes pró-governo como “um elogio ao obscurantismo e à ignorância”. Fonseca esteve no ato na UFPR.

No domingo, manifestantes que retiraram a faixa argumentaram que um prédio público como o da universidade não poderia ser usado de forma ideológica.

A retirada repercutiu. Nesta quinta, diferentes campi da UFPR receberam uma faixa parecida com a do prédio histórico. Faixas com os dizeres “em defesa da Educação” também foram instaladas em universidades do Ceará, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia e Espírito Santo.

“A faixa virou um símbolo”, disse o professor Vieira Neto. “A instalação das faixas nas outras universidades é uma coisa espontânea. Não foi combinado.” Na UFPR, junto com a nova faixa, uma estendida uma bandeira do Brasil na escadaria do prédio da universidade. Na bandeira, foram escritas frases em defesa da educação pública. Uma série de cartazes contra o governo e a favor do investimento em universidades também foram levados por manifestantes, que foram ao ato mesmo debaixo de chuva.