Estudo aponta segurança em gestações após câncer de mama
Tratamento dificulta gravidez com métodos naturais, mas não leva riscos a mulher e embrião. Pesquisa também afasta ameaça de recidiva
Os dados de Câncer de Mama (CM) no planeta são tão impressionantes que a Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou a doença como a mais comum entre as mulheres. São estimados cerca de 2,3 milhões de novos casos por ano e, no Brasil, 66 mil.
A anatomia patológica é essencial para um diagnóstico seguro. O laboratório do INGOH recebe cerca de 13 mil amostras de mama por ano, com média de 1.150 casos confirmados, o que representa 70% dos diagnósticos de Goiás.
O CM altera o organismo feminino, inclusive o sistema reprodutor. Oncologista clínica do INGOH, Ana Cláudia Lima explica que a quimioterapia destrói os folículos ovarianos, antecipando a menopausa e dificultando a gravidez.
Notou-se isso no estudo “Pregnancy after breast cancer: a systematic review and meta-analysis”, publicado no Journal of Clinical Oncology. Ele avaliou 8 milhões de mulheres, gerando amostra de 112 mil pacientes com CM, sendo que 7.500 engravidaram após o tratamento.
Observou-se que, após câncer no geral, as mulheres têm 35% menos chances de engravidar, dado que passa para 60% naquelas que trataram CM. Apesar disso, “evidenciou-se que a gravidez, após tratamento contra CM é segura para mãe e bebê, pois não teve aumento de anormalidades congênitas nas pacientes e as crianças nasceram saudáveis. Ainda, os hormônios da gestação não aumentaram o risco de um novo CM ou de recidiva”, expõe.
A médica alerta que houve maior taxa de cesarianas e bebês com peso menor, “mas nada prejudicial”. Quanto ao plano cirúrgico, “é importante falar que CM na gravidez refere-se ao tempo de até um ano após o parto. O tratamento é o mesmo, mas individualizado, pois avalia a saúde da mãe, a idade gestacional e as intercorrências do período”, explica Frank Braga, médico do INGOH e atual presidente da Sociedade Brasileira de Mastologia em Goiás.
Com mais de 50 anos no mercado, o INGOH é referência no tratamento de câncer, no estado. Para se ter uma ideia, somente em 2021, a unidade contabilizou quase 280 mil clientes atendidos, sendo 20 mil deles destinados ao câncer.