O setor produtivo de etanol cobra do governo uma definição rápida sobre o aumento de 25% para 27,5% na mistura de álcool anidro à gasolina para poder planejar a oferta do etanol durante a entressafra de cana-de-açúcar, entre dezembro e abril. O presidente do Fórum Nacional Sucroenergético, André Rocha, disse ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, que o setor estará preparado para garantir, já a partir de dezembro, oferta necessária de anidro para suprir uma demanda extra mensal entre 80 milhões e 100 milhões de litros do combustível com o aumento de 10% na mistura e no consumo, mas precisa de um sinal do governo.
“Temos produto, temos condições de transformar hidratado em anidro, de antecipar a safra e até mesmo, em último caso, importar o álcool. Mas precisamos de uma definição do governo”, afirmou. Apesar da oferta imediata, Rocha acredita que o governo deverá determinar o aumento da mistura apenas para 1º de janeiro de 2015. “Com produção até dezembro e o nível de estoques, temos condição de atender a demanda e queremos reivindicar que a decisão seja feita agora para que as empresas se programem e celebrem os contratos”, completou.
Rocha afirmou que na reunião entre o governo, representantes do setor produtivo de etanol e da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), o Ministério das Minas e Energia apresentou o estudo que apontou que o a mistura em 27,5% do anidro à gasolina não traria problemas aos motores, apesar de variações nas emissões de poluentes. “O estudo apontou que existem emissões de gases poluentes, como o CO2, que diminuem e outras, como a do NOx, que aumentam, mas dentro dos índices permitidos pelo Proconve (Programa de Controle de Poluição do Ar por Veículos Automotores)”, disse.
Na avaliação do presidente do presidente do Fórum Nacional Sucroenergético, como o ministro Aloizio Mercadante (Casa Civil) não esteve na reunião por conta do velório do ex-ministro Márcio Thomaz Bastos, uma nova reunião, até a próxima semana, deve ratificar a decisão. O aumento da mistura deve passar ainda pelo crivo do Conselho Interministerial do Açúcar e do Álcool (Cime).