Ex-presidente de time goiano é suspeito de comandar o tráfico de cocaína no Triangulo Mineiro

Investigações da Polícia Federal apontam que um ex-presidente do Iporá Futebol Clube, time que este ano disputou a 1ª Divisão do Campeonato Goiano, é o principal fornecedor de cocaína para cidades do Triangulo Mineiro. Com mandado de prisão em aberto, Tiago Dantas, que é mais conhecido como Tiago G10, encontra-se foragido.

As investigações que chegaram ao nome de Tiago apuram uma ligação direta entre traficantes que agem em Minas Gerais e milicianos do Rio de Janeiro. Os cariocas, segundo a PF, estariam sendo contratados por traficantes mineiros para fazerem a segurança dos principais chefes do esquema criminoso, assim como dos carregamentos de drogas que eles recebiam e enviavam.

Um policial militar do Rio de Janeiro foi preso acusado de comandar o esquema de segurança. Somente nos últimos três anos, apontam as investigações, a quadrilha teria movimentado mais de R$ 1 bilhão com o tráfico de cocaína.

Para Tiago G10, ainda de acordo com o que apurou a PF, cabia o envio de grandes quantidades de cocaína até Minas Gerais. “Até 2008 o Tiago, que se apresenta como ativista político, empresário, e pecuarista, trabalhava como padeiro, mas nos últimos três anos movimentou mais de R$ 50 milhões em suas contas”, descreveu Ismar Ramos Pamponet, agente da Polícia Federal, que coordenou as investigações.

Suspeito ostentava extravagâncias em redes sociais

Com o dinheiro obtido a partir do tráfico de drogas, ainda de acordo com o agente, Tiago mantinha uma vida de alto luxo e ostentação, que era exposta em redes sociais. Um dos vídeos obtidos pela PF mostram o dirigente goiano dirigindo uma Ferrari em Paris, e o outro registra o momento em que ele alugou um helicóptero no Rio de Janeiro para pedir a noiva em casamento enquanto sobrevoava o Cristo Redentor.

A defesa do goiano disse em nota enviada para uma emissora de televisão que seu cliente é inocente, e tem muitos bens porque vive do agronegócio. Tiago assumiu a presidência do Iporá em dezembro do ano passado depois que o então presidente renunciou ao cargo. Ao final do campeonato goiano de 2022, ele também deixou a presidência do clube.