Ex-segurança de Gusttavo Lima é preso por suposta ligação com PCC
Rogério e outros quatro policiais civis são investigados por suspeita de extorsão, apropriação indevida de bens e corrupção
O policial Rogério de Almeida Felício, conhecido como Rogerinho Justiceiro, foi preso nesta segunda-feira (23) em Santos, litoral de São Paulo, após se entregar às autoridades. Ele estava foragido desde a última terça-feira (17), quando foi deflagrada a operação Tácito pela Polícia Federal (PF) e pelo Ministério Público (MP), que investiga casos de corrupção policial e ligação com o Primeiro Comando da Capital (PCC).
Rogerinho, que atuou como segurança em shows do cantor Gusttavo Lima, é investigado por supostas relações com o PCC. Entre as acusações, está o relógio furtado do empresário Vinicius Gritzbach, delator do grupo criminoso, assassinado em outubro no Aeroporto de Guarulhos. Prints apresentados pelo empresário mostram Rogerinho ostentando o item nas redes sociais, reforçando a suspeita de envolvimento em transações ilegais.
A Operação Tácito prendeu outros quatro policiais civis na semana passada: o delegado Fábio Baena e os investigadores Eduardo Lopes Monteiro, Marcelo Ruggieri e Marcelo Marques de Souza (Marcelo Bombom). Rogerinho não foi localizado na ocasião. O grupo é suspeito de extorsão, apropriação de bens de terceiros e corrupção.
Segundo delação de Gritzbach, Rogério e outros policiais tomaram posse de um sítio na Grande São Paulo, transferindo o imóvel para uma laranja. Documentos que comprovavam a propriedade foram apreendidos durante uma operação de busca e apreensão. As acusações incluem também pedidos de propina feitos ao empresário enquanto ele estava preso.
Em nota, a Polícia Civil afirmou que não compactua com desvios de conduta e que está colaborando com as investigações. A Corregedoria da Polícia Civil acompanhará os desdobramentos do caso.
Defesa do segurança
As defesas de Rogério Felício e dos demais acusados negaram as acusações, questionaram a legalidade das prisões e classificaram as delações de Gritzbach como infundadas. A Balada Eventos, que gerencia a carreira de Gusttavo Lima, confirmou que Rogerinho prestou serviços como segurança e espera que os fatos sejam esclarecidos.
Rogerinho era agente de telecomunicações da Polícia Civil e havia sido promovido em dezembro de 2023 a agente de primeira classe, com salário de R$ 7.490. Ele também é sócio de quatro empresas, incluindo uma firma de segurança chamada “Punisher”, uma clínica de estética, uma construtora e uma empresa de administração de bens. Juntas, essas empresas somam um capital social declarado de R$ 60 mil.
Rogério será transferido para a Corregedoria da Polícia Civil de São Paulo, onde deverá prestar depoimento. As investigações continuam para apurar a extensão de sua ligação com o PCC e os supostos desvios de conduta.
*Com informações O Globo