Ex-sogro suspeito de mandar matar pecuarista é preso novamente; 6 são denunciados
O empresário Cacildo Amaral, de 70 anos, foi preso novamente, nesta quarta-feira (2), após se…
O empresário Cacildo Amaral, de 70 anos, foi preso novamente, nesta quarta-feira (2), após se apresentar espontaneamente na Delegacia de Investigação de Homicídios de Goiânia (DIH), por volta das 5 horas da manhã. Ele é suspeito de mandar matar o ex-genro, o pecuarista Agno Rainere, de 40, no último dia 30 de outubro, em São Miguel do Araguaia. A defesa do empresário afirma que recorrerá da decisão. Também nesta quarta, o Ministério Público anunciou que oferece denúncia contra seis pessoas acusadas de envolvimento na trama que culminou no assassinato.
Cacildo chegou a ser preso no último dia 4 de novembro e foi solto seis dias depois após ter sido contemplado com habeas corpus proferido pelo juiz substituto, Wilson Satafle Faiad. Na decisão, o juiz alegou que o suspeito tem residência fixa, trabalho lícito e bons antecedentes criminais. Por isso, não havia razões consideráveis para que ele continuasse preso.
De acordo com a delegada regional de Porangatu, Jocelaine Braz Batista, o inquérito foi concluído e o pedido de prisão de Cacildo, assim como a conversão da prisão temporária em preventiva dos outros cinco envolvidos, foi baseada “nos indícios suficientes de autoria.” A delegada conta que o pedido foi considerado como favorável por parte do Ministério Público (MP-GO) e, consequentemente, o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás (TJ-GO).
Por meio de nota, a defesa reforçou a apresentação espontânea de Cacildo na delegacia e que o mesmo “nega veementemente a autoria dos fatos e sempre se dispôs a contribuir com as investigações.” Além disso, a nota destaca que, na última terça-feira (1º), “o Tribunal de Justiça de Goiás manteve, à unanimidade, o habeas corpus que mantém a liberdade de Cacildo, pois a prisão temporária era ilegal”, diz o documento.
Seis denunciados
Baseado nas investigações, o MP-GO, por meio da 2ª Promotoria de Justiça de São Miguel do Araguaia, ofereceu denúncia contra seis envolvidos no homicídio. Além de Cacildo, Gary Francisco Marques (advogado), Leonardo de Freitas Pereira, José Maria de Bastos, Fabiano Alves Cardoso (executor) e Manoel Mendes de Oliveira (executor), foram citados.
De acordo com a denúncia, eles foram enquadrados no crime de homicídio com as qualificadoras de pagamento, motivação fútil e com emprego de recurso que impossibilitou a defesa da vítima. O documento é assinado pelos promotores Pedro Henrique Silva Barbosa e Pedro Henrique Guimarães Costa.
De acordo com a denúncia, Cacildo teve o auxílio do advogado Gary, Leonardo, José Maria e Fabiano para a contratação de Manoel Mendes executar o pecuarista. Além disso, o documento traz que Agno Rainere foi casado, durante mais de 20 anos, com Cynthia Oliveira Amaral Costa, filha de Cacildo, com quem teve dois filhos, que são adultos atualmente.
Divórcio
Desde abril, o casal iniciou uma série de desentendimentos que resultaram no divórcio. A partir daí, um imbróglio se formou entre a vítima e a família da ex-esposa. A denúncia traz que os desentendimentos ocorriam “principalmente com o ex-sogro, de quem era sócio na Casa do Fazendeiro, cujas cotas societárias eram reivindicadas pela vítima”.
Os promotores afirmam que, diante as desavenças, Cacildo informou a Gary o interesse de matar o ex-genro. Com isso, o advogado negociou com Leonardo todos os passos para a execução do crime e recebeu dinheiro do empresário para a execução.
Viagens
Os promotores ressaltam que Leonardo viajou diversas vezes à Goiânia, com as despesas arcadas pelo advogado, para acertar com José Maria o planejamento e coordenação do assassinato. Ele, por sua vez, foi a São Miguel do Araguaia, junto com Fabiano, para conhecer a rotina de Agno e acertar o melhor momento para matar o pecuarista.
José Maria, inclusive, segundo a denúncia, teria sido responsável por adquirir a moto a armas utilizadas por Manoel e Fabiano. O crime era para ter sido executado dias antes, mas não se concretizou depois de uma alteração na rotina do pecuarista. Porém, Agno foi morto no último dia 30 de setembro. Depois do crime, ambos fugiram para a saída leste de São Miguel do Araguaia, atearam fogo na motocicleta e fugiram para Goiânia.
O Mais Goiás não conseguiu contato com a defesa dos demais citados no texto. O espaço permanece aberto para manifestação.