Operação Lava Jato

Executivo da OAS quer revelar ao MPF os segredos que sabe sobre Lula

A informação foi antecipada pela Revista Veja


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Amigo e confidente de Lula, o ex-presidente da construtora OAS José Aldemário Pinheiro Filho, conhecido como Leo Pinheiro, autorizou seus advogados a negociar com o Ministério Público Federal um acordo de colaboração. A informação é da edição deste fim de semana da revista Veja.

Denunciado na Operação Lava-Jato, Léo Pinheiro passou seis meses preso em Curitiba e segundo a revista promete fornecer provas à Justiça de que o ex-presidente patrocinou o esquema de corrupção na Petrobras, exatamente como afirmara o doleiro Alberto Youssef em depoimento prestado em 2014.

O executivo da OAS dividiu cela com Ricardo Pessoa, presidente da UTC, e Gerson Almada, vice-presidente da Engevix, e agora se encontra em prisão domiciliar.

Segundo a Veja, ele se dispôs a explicar como o ex-presidente se beneficiou do dinheiro público roubado da Petrobras.

Delação premiada

Léo Pinheiro quer se valer da lei sancionada pela presidente Dilma Rousseff, a delação premiada, para reduzir drasticamente sua pena em troca de informações sobre a participação de Lula no petrolão, o gigantesco esquema de corrupção armado na Petrobras para financiar o PT e outros partidos da base aliada do governo.

Reportagem da Veja em abril deste ano afirmava que induzido por Lula, o empreiteiro mandou reformar o sítio que está em nome de um sócio do filho Lulinha, mas que Lula diz ser seu.

De acordo com a matéria, o executivo – que tinha salários mensais de R$ 600 mil na construtora e possui 10% da empresa – recebeu de um emissário de Lula a missão de arranjar serviço e dinheiro para o marido de Rosemary Noronha, que ameaçava contar informações sobre o ex-presidente.

Também mostrava como Lula virou dono do tríplex no edifício Solaris, no Guarujá (SP), em uma das oito obras assumidas pela OAS depois da quebra em 2006 da Bancoop, então presidida por João Vaccari Neto.