EDUCAÇÃO

Faculdades diversificam vestibular com entrevista, dinâmica de grupo e resultado do Enem

As universidades com processos seletivos abertos para o segundo semestre deste ano diversificaram suas formas…

As universidades com processos seletivos abertos para o segundo semestre deste ano diversificaram suas formas de ingresso. Além da aplicação de provas —online ou presencial—, a maioria das instituições já oferece outros tipos de seleção e permite que os candidatos escolham qual preferem.

Entre as alternativas estão apresentar a nota do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), o resultado em certificações internacionais —testes de admissão para o ensino superior no exterior— e participar de entrevistas ou dinâmicas de grupo. O estudante tem ainda a opção de fazer mais de uma inscrição e concorrer de duas formas ao mesmo tempo.

“Acho positivo para o aluno ter várias possibilidades. Se ele vai bem em provas, pode fazer o vestibular. Se tem uma boa nota no Enem ou um certificado internacional, pode usar esses resultados”, diz Maria Pereira, coordenadora de orientação educacional do Poliedro Curso de São Paulo.

As provas online, que começaram a ser usadas com mais intensidade no ano passado, ganharam força, e algumas instituições devem manter o formato após a pandemia.

A Faap (Fundação Armando Alvares Penteado), por exemplo, já anunciou que daqui pra frente terá o vestibular presencial e o online, entre outras formas de ingresso que ainda estão sendo avaliadas.

Em grande parte das faculdades, a prova online é composta por questões objetivas e uma redação, mas em alguns casos é exigida apenas a redação, como no Centro Universitário São Camilo.

No processo seletivo via Enem, em geral, são consideradas as notas das últimas edições do exame, e o candidato escolhe aquela em que tem o maior conceito.

Já as certificações internacionais, consideradas na ESPM e no Ibmec, por exemplo, passaram a figurar como uma opção nos últimos anos.

Entre os exames considerados pelas instituições estão o Abitur, que habilita o ingresso no ensino superior na Alemanha, o BAC (sigla em francês para diploma de bacharelado internacional), e o SAT (teste de avaliação escolar, em inglês), exame americano similar ao Enem.

O Instituto Mauá de Tecnologia oferece essa possibilidade de ingresso desde 2019. Eduardo Nadaleto da Matta, responsável pela comissão do vestibular da instituição, explica que as vagas para essa modalidade ainda são poucas, mas que a procura vem crescendo ano a ano.

“No primeiro ano em que usamos as certificações internacionais, cinco ou seis alunos entraram por essa forma. No ano passado, já foram 16”, afirma.

Segundo ele, os alunos que optam por esse tipo de seleção são, sobretudo, estudantes que tiraram os documentos por estudarem em colégios internacionais ou que oferecem dupla certificação.

Outras formas de ingresso adotadas mais recentemente são as dinâmicas de grupo e as entrevistas. O Insper incluiu dinâmicas e arguição oral na segunda fase do processo seletivo.

No Ibmec, o candidato precisa passar por uma dinâmica de grupo, ainda que opte por prova online, uso da nota do Enem ou certificação internacional. A atividade tem duração de aproximadamente duas horas e conta com uma média de seis vestibulandos.

“Procuramos observar como os participantes se saem no em relação às competências socioemocionais, essenciais em um mercado que exige muito além do domínio técnico”, diz Reginaldo Nogueira, diretor-geral do Ibmec SP.

Na ESPM, as entrevistas foram introduzidas durante a pandemia, no processo seletivo do meio do ano de 2020.A partir da recomendação de leitura de textos e vídeos, o candidato é avaliado por sua capacidade de planejamento (estudo do material e organização das ideias), solução de problemas (domínio conceitual e construção de raciocínio) e comunicação verbal.

“As entrevistas não são uma simples conversa. Além de permitir avaliar o comprometimento do aluno com o curso, com critérios objetivos, é possível verificar o quanto ele se preparou ao ler com atenção a bibliografia”, afirma Alexandre Gracioso, vice-presidente acadêmico da ESPM.”