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Entenda porque fala de Bolsonaro na Paulista deve ser usada pela PF como evidência da minuta do golpe

Para investigadores, ao se explicar sobre acusações, Bolsonaro admitiu ter tido acesso ao documento

Foto: Reprodução

Quatro dias após permanecer em silêncio diante dos delegados da Polícia Federal (PF) que investigam sua possível participação no planejamento de um golpe de Estado no Brasil, Jair Bolsonaro (PL) fez uma declaração durante o ato deste domingo (25) na avenida Paulista, que pode complicar sua situação no inquérito. A declaração em questão, conforme publicado pela colunista Malu Gaspar, do O Globo, foi interpretada pelos investigadores como uma confirmação de que o ex-presidente tinha conhecimento da minuta de golpe.

O documento, conhecido como “minuta do golpe”, foi descoberto na residência do ex-ministro da Justiça Anderson Torres em janeiro do ano passado. Tratava-se de um esboço de decreto que estabeleceria um “Estado de Defesa na sede do Tribunal Superior Eleitoral”, com o intuito de “garantir a preservação ou o pronto restabelecimento da lisura e correção do processo eleitoral presidencial do ano de 2022”.

Essencialmente, o texto propunha uma intervenção no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para alterar o resultado das últimas eleições, ganhas por Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Durante seu discurso de mais de 20 minutos, Bolsonaro abordou rapidamente as acusações da PF contra ele, afirmando: “Agora, o golpe é porque tem uma minuta de um decreto de estado de defesa. Golpe usando a Constituição? Tenham santa paciência. Golpe usando a Constituição”.

Na paulista, Jair Bolsonaro também acrescentou: “Deixo claro que o estado de sítio começa com o presidente da República convocando os conselhos da República e da Defesa. Isso foi feito? Não. Apesar de não ser golpe o estado de sítio, não foi convocado ninguém dos conselhos da República e da Defesa para tramar ou para colocar no papel a proposta do decreto do estado de sítio.”