ANÁLISE

Falta de estrutura de campanha do PT em Goiás comprometeu Wolmir, avalia especialista

Ex-reitor tem 6% das intenções dos eleitores e enfrenta dificuldade para angariar votos do ex-presidente Lula no estado

Ex-reitor tem pouco mais 6% das intenções dos eleitores e enfrenta dificuldade para angariar votos do ex-presidente Lula no estado. (Foto: reprodução/redes sociais Wolmir Amado)

O candidato do ex-presidente Lula (PT) ao governo de Goiás, Wolmir Amado, não deve alcançar grande votação neste domingo (2). Apesar de Lula ter 32,83% das intenções de voto para presidência no estado, segundo o último levantamento Goiás Pesquisas/Mais Goiás, o ex-reitor patina com pouco mais de 6%. Especialista ouvido pela reportagem aponta a falta de estrutura de campanha da sigla no estado como principal fator da estagnação do político.

Para o cientista político Tiago Zancopé, o ex-reitor não tem conseguido angariar votos de Lula por causa da falta de estrutura de campanha. “Passei por várias cidades de pequeno e médio porte, como Niquelândia, Novo Planalto, Caçu e Novo Gama, por exemplo, e simplesmente não há estrutura do PT. Você não vê carro adesivado, militante com bandeira”.

De acordo com ele, a falta de estrutura reflete claramente na apatia e estagnação de Wolmir nas pesquisas. “Se você não tem essa estrutura, como vai puxar votos? Não tem como”, destacou.

Sem rede de apoio

Tiago ressalta que não é possível fazer campanha política sem estrutura mínima e uma rede de apoio. O especialista explica que esta rede se dá a partir do apoio interno entre os próprios candidatos.

Segundo ele, é comum que candidatos a deputado federal apoiem aqueles que pleiteiam uma vaga como deputado estadual e vice-versa. Estes, por sua vez, dão suporte e pedem voto para o candidato do partido ao governo estadual e à presidência.

Segundo o especialista, essa rede de apoio do PT não tem sido vista no interior de Goiás. “Você não vê material casado do Wolmir com Valério Filho; Wolmir e Kátia Maria; Wolmir e Denise; Wolmir e Gomide. A impressão que tenho depois de rodar o estado é de que isso não foi feito. O PT não montou essa rede de apoio no interior do estado. Se não houve recurso para isso, então foi falha do comando local. Se teve recurso e a estrutura não foi feita, é um erro de estratégia por parte dessa mesma cúpula local”, avaliou.