Faltaram 1,8 milhão de votos para Lula vencer no primeiro turno
O ex-presidente e candidato ao Planalto, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), precisaria de mais 1,8 milhões…
O ex-presidente e candidato ao Planalto, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), precisaria de mais 1,8 milhões de votos válidos para ser eleito em primeiro turno, mantendo constantes a quantidade de eleitores presentes e de abstenções no primeiro turno, realizado no último domingo (2).
Lula acumulou 57.258.115 de votos em todo o país, com 99,99% das urnas apuradas, segundo o TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Este valor corresponde a 48,43% dos votos válidos apurados.
Já o presidente Jair Bolsonaro (PL) precisaria de mais de 8 milhões de votos para conseguir se reeleger na primeira rodada – ele ficou em segundo lugar, com 43,20% dos votos.
Para chegar a este valor, o incumbente precisaria capturar o total recebido por Simone Tebet (MDB), que obteve 4,9 milhões de votos, e quase todos os de Ciro Gomes (PDT), que foi a preferência de 3,6 milhões de eleitores.
Um candidato precisa obter no mínimo 50% mais um de todos os votos válidos – sem considerar votos nulos ou brancos, para ser eleito em primeiro turno. Neste pleito, o valor correspondeu a 59,1 milhões de votantes, mantendo constantes as abstenções e os votos válidos.
As pesquisas de intenção de voto davam larga vantagem ao ex-presidente, que tinha, no último índice Datafolha, divulgado no último sábado (1º), 50% dos votos válidos, contra Bolsonaro, com 36%. A margem de erro era de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
Agora, aliados do petista avaliam que uma provável aliança com Simone Tebet (MDB) no segundo turno deverá ampliar o apoio de ruralistas ao ex-presidente. Lula capitaneou, na primeira rodada, uma retomada de 226 redutos eleitorais petistas que haviam debandado para outros partidos em 2018.
Ele disse, em pronunciamento na noite do último domingo (2), após a confirmação de que irá ao segundo turno da eleição contra o atual presidente, que a nova rodada da disputa é uma prorrogação e que usará o que chamou de “segunda chance” para ampliar alianças e amadurecer propostas.
Já Bolsonaro disse estar “totalmente confiante” para a segunda rodada do pleito, que concentrou, entre os dois principais candidatos, mais de 90% dos votos válidos, em um recorde. Ele disse, no último domingo (2), que mantém “portas abertas” para conversar com Ciro Gomes (PDT) e Tebet.
O presidente comemorou o tamanho de seu partido na Câmara a partir do próximo ano. No pleito, a sigla conseguiu expandir sua bancada em ao menos 23 representantes.
Ainda ironizou a votação de Joice Hasselmann (PSDB-SP) e Alexandre Frota (PSDB-SP), dois desafetos que se filiaram ao PSDB. “Alguém sabe se a Joice Hasselmann foi reeleita?”, questionou, recebendo como resposta gritos de “não” e logo depois perguntando sobre Frota.
Ele disse ainda que buscará governadores eleitos e citou nominalmente o governador de Minas, Romeu Zema (Novo). Segundo ele contou, marcou reunião em Belo Horizonte na terça-feira (4).
Os dois buscam o apoio de Ciro, mas dada a animosidade entre ele e Lula, é provável que o pedetista repita 2018, quando não apoiou ninguém. A isonomia também é esperada de Tebet. Apesar desse contexto, nada disso é central para a definição dos eleitores —1 em cada 5 apoiadores dos dois diziam que poderiam aderir ao voto útil.
Apesar disso, o arsenal de votos possíveis a serem atraídos pelos dois candidatos é limitado e depende do convencimento dos postulantes ao eleitor um do outro — Lula precisa apelar para eleitores mais conservadores, e Bolsonaro precisa apelar aos mais pobres com mais eficácia.