Família de homem que matou engenheiro a facadas no RJ está abalada com o crime
Vídeos de câmeras de segurança mostram o criminoso com uma faca se aproximando da vítima na calçada e atacando o engenheiro pelas costas
A família de William Ferraz do Carmos, que matou a facadas o engenheiro Gabriel da Silva Leite, está abalada com o crime cometido por ele na semana passada, na Tijuca, na Zona Norte do Rio. O padrasto dele, Luiz Carlos, esteve na manhã de sexta-feira na sede da Delegacia de Homicídios, na Barra da Tijuca, para levar roupas e comida para o enteado.
Apesar de a família morar em Guaratiba, na Zona Oeste da cidade, William, de 26 anos, morava com o namorado no Morro do Salgueiro, na Zona Norte, e fazia faculdade de Educação Física. De acordo com o padrasto, ele é muito apegado à mãe, que teve de ser medicada após saber do crime e não teve coragem de visitar o filho na delegacia.
— Está todo mundo sem entender. William é um rapaz tão doce, quieto, apegado com a mãe. Não sei como foi capaz de fazer isso. Eu quero ver ele para perguntar o que houve. A mãe não teve coragem de vir aqui. Vim trazer umas roupas e comida e quero olhar nos olhos dele e perguntar o porquê — disse.
A polícia chegou a investigar a hipótese divulgada anteriormente de que a vítima, Gabriel, teria feito ofensas homofóbicas a William antes de ser morto. Mas segundo o delegado Cassiano Conte, a tese foi descartada após a análise das imagens do homem circulando pelas ruas da Tijuca.
— Não houve ofensa nem discussão prévia naquele dia, essa hipótese está descartada. Foi um encontro aleatório que resultou nesse crime. A família prestou depoimento e reiterou o perfil de um rapaz que seria calmo e sem brigas tanto no ambiente familiar como na vizinhança — afirmou o delegado.
Nessa sexta-feira, em coletiva, a Polícia Civil informou que o assassinato de Gabriel, engenheiro de 34 anos, não teve uma motivação. Vídeos de câmeras de segurança mostram o criminoso com uma faca se aproximando da vítima na calçada, à 1h35min do dia 11, atacando pelas costas e, em seguida, já na pista de carros, desferindo pelo menos outros seis golpes e cortando o pescoço do engenheiro. Nenhum pertence foi levado.
— Ele desceu o Morro do Salgueiro e seguiu pela Conde de Bonfim e atacou a primeira pessoa que viu pela frente. Não houve roubo, ele não levou nenhum pertence. É um crime que nos provocou estranheza, pois foi aleatório — disse Conte.
Na quinta-feira, dezenas de parentes e amigos do engenheiro se reuniram na Igreja Santo Afonso, na Tijuca, para a missa de sétimo dia em homenagem a ele.