SAÚDE

Família luta para transferir paciente com síndrome de Guillain-Barré para UTI em Goiânia

Bruna está com parte do corpo paralisado e a família teme que o quadro de saúde dela piore

Leitos de UTI na Santa Casa (Foto: Prefeitura de Goiânia)
Leitos de UTI na Santa Casa (Foto: Prefeitura de Goiânia)

A família de Bruna Natielly Rodrigues Faria, de 27 anos, diagnosticada com a Síndrome de Guillain-Barré, luta por uma transferência para uma UTI (Unidade de Terapia Intensiva), em Goiânia. A doença rara e grave afeta o sistema nervoso periférico. Ela está internada desde a última segunda-feira (17) na UPA Urias Magalhães. No entanto, apesar de um mandado judicial expedido na quarta-feira (19) determinar a mudança imediata para uma UTI Adulto II, a paciente ainda aguarda a troca de unidade de saúde.

A 2ª Vara da Fazenda Pública Municipal determinou que a Secretaria Municipal de Saúde (SMS) providenciasse a transferência de Bruna para uma unidade de saúde pública ou conveniada em até 24 horas. No entanto, mais de 48 horas após a decisão judicial, a família ainda não recebeu qualquer retorno sobre a transferência, o que tem gerado grande preocupação, já que o quadro clínico de Bruna pode evoluir rapidamente para paralisia respiratória.

Diagnóstico

Bruna foi diagnosticada com Síndrome de Guillain-Barré após apresentar tetraparesia flácida (fraqueza muscular nos quatro membros), arreflexia (ausência de reflexos), dispneia (dificuldade respiratória) e disfagia leve (dificuldade para engolir). Segundo relatos médicos, a paciente teve um episódio de diarreia há cerca de 15 dias, o que pode ter desencadeado a síndrome, já que a doença frequentemente ocorre após infecções virais ou bacterianas.

A irmã de Bruna, Amanda Rodrigues Farias, descreve o quadro como “muito preocupante”. “Ela está piorando a cada dia, está muito fraca, não consegue andar sozinha, nem mexer na cama ou sentar”, afirma Amanda. A família teme que, sem o suporte adequado de uma UTI, o estado de saúde de Bruna piore rapidamente, levando a complicações como paralisia respiratória.

A família de Bruna conseguiu o mandado de segurança com o apoio do Ministério Público, mas, até o momento, a Secretaria Municipal de Saúde não cumpriu a determinação judicial.

A reportagem entrou em contato com a Secretaria Municipal de Saúde de Goiânia para obter um posicionamento sobre o caso, mas não obteve retorno até o momento.

A Síndrome de Guillain-Barré e a urgência do tratamento

A Síndrome de Guillain-Barré é uma condição autoimune em que o sistema imunológico ataca os nervos periféricos, causando fraqueza muscular progressiva, perda de reflexos e, em casos graves, paralisia temporária. O tratamento requer internação imediata em uma unidade de terapia intensiva (UTI) com suporte para ventilação mecânica, além de terapias específicas.