DF

Famílias denunciam restaurante por discriminar crianças com Down no DF

'Mineirinho Chopperia' emitiu nota pedindo desculpas

Vicenzo foi barrado de brincar na área kids do 'Mineirinho Chopperia' (Foto: Reprodução Metrópoles)

Andréa Estevam, de 41 anos, usou a redes sociais para denunciar que o filho, Vicenzo de 6 anos, foi barrado de brincar na área kids do estabelecimento ‘Mineirinho Chopperia’, em Taguatinga, no Distrito Federal. O caso ocorreu na última terça-feira, véspera do Dia das Crianças. Além dele, uma menina com Down também foi obrigada a deixar a brinquedoteca do restaurante. Após a repercussão, a empresa fez um comunicado pedindo de desculpas e disse que uma doação será feita para uma instituição voltada para pessoas com trissomia 21, indicada pela família do menino.

Em seu relato, a mãe de Vicenzo conta que o garoto foi impedido pela monitora, que já havia liberado a entrada do outro filho, o caçula de 3 anos. Ao ser questionada pela cliente, a funcionária respondeu que seguia ordens e foi instruída a não liberar a entrada de crianças com Down.

“Hoje, 11/10/2022, véspera do dia das crianças, eu vivi o preconceito contra a minha criança. Vicenzo, 6 anos, foi impedido de entrar na Brinquedoteca do estabelecimento Mineirinho Chopperia, pelo fato de ser uma criança com Síndrome de Down.” iniciou o desabafo nas redes.

Andréa descreveu o sentimento de “impotência” ao deixar o local com o marido e os dois filhos. “Fomos embora, após pagar a conta sem nem consumir o que havia sido servido, eu e meu marido, tentando conter o choro das crianças. A sensação: Impotência. “, ressaltou a mulher, e acrescentou:

“Eu não consegui proteger meu filho, uma criança doce, esperta e feliz. Proteger do preconceito e da discriminação de alguém por trás de um CNPJ.”

Outro caso

Dias antes, outra criança com síndrome de Down também foi obrigada a deixar a brinquedoteca do mesmo restaurante. O relato, nas redes sociais, foi de Luana Kathleen, de 24 anos, irmã de Walentina, de 5 anos.

“A minha irmã sofreu discriminação por ser uma criança com síndrome de down. Uma criança com 5 anos, passou por isso no espaço mineirinho chopperia. Isso é uma tristeza, e o nosso grito é por RESPEITO e INCLUSÃO.”, desabafou a jovem.

Luana conta ainda que a mãe ficou extremamente chateada e chegou a dizer à funcionária que a Walentina era tranquila e que a genética dela não a diferenciava.

“Mesmo assim, Walentina teve de sair da brinquedoteca, enquanto outras crianças ficavam brincando. Nós como família estamos arrasados, e não aceitamos nenhum tipo de preconceito. “, pontuou Luana.

 

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Posicionamento do Mineirinho Chopperia

Em nota, o estabelecimento pediu desculpas pelos os dois episódios ocorridos no estabelecimento nos últimos dias. A empresa acrescentou que “estão sendo adotadas medidas para garantir que JAMAIS se repitam situações desse tipo, que são inadmissíveis.”

Eles afirmaram ainda que nos próximos dias, toda a “equipe será submetida a treinamento de capacitação e conscientização. Além disso, está sendo feita uma doação para a Associação DFDOWN, indicada pelos familiares do Vicenzo.”

Nota na íntegra:

A Mineirinho Chopperia vem por meio dessa nota, pedir desculpas publicamente à Walentina e ao Vicenzo, bem como aos seus familiares e amigos, pelos infelizes episódios ocorridos em nosso estabelecimento nos últimos dias.

Assim como dito anteriormente, repudiamos qualquer tipo de discriminação e não temos qualquer compromisso com o erro. Por isso, estamos buscando melhorar, a fim de nos tornar cada vez mais conscientes.

Atitudes desse tipo nunca foram e nem serão apoiadas ou aceitas por nossa empresa. Estão sendo adotadas medidas para garantir que JAMAIS se repitam situações desse tipo, que são inadmissíveis.

Para tanto, nos próximos dias, toda nossa equipe será submetida a treinamento de capacitação e conscientização.

Além disso, está sendo feita uma doação para a Associação DFDOWN, indicada pelos familiares do Vicenzo.

A propósito, aproveitamos a oportunidade para agradecer à Sra. Andrea, ao Sr. Gabriel, ao Vicenzo e aos demais familiares pela disponibilidade para dialogar. Sem dúvidas, a família tem nos ajudado bastante nesse momento de correção de conduta.

Quanto à Walentina e seus familiares, também têm sido feitas tentativas de contato com vistas a proporcionar soluções. Agradecemos também a disponibilidade da família.

Nossa casa continua aberta para recebê-los, e será de grande alegria para nós que estejam presentes, especialmente no dia em que ministraremos treinamento para nossa equipe.

Reiteramos nosso posicionamento no repúdio e combate a qualquer tipo de discriminação e pedimos desculpas novamente.