Festa de 15 anos veste jovens negros como escravos, no Pará
Imagens de um ensaio fotográfico de uma festa de 15 anos, no Pará, causaram revolta…
Imagens de um ensaio fotográfico de uma festa de 15 anos, no Pará, causaram revolta nas redes sociais, especialmente no Facebook, durante a última semana. As imagens, compartilhadas originalmente pelo Instagram supostamente pela cerimonialista da festa, Lorena Machado, apresenta os preparativos para um baile de debutante com a temática “Imperial Garden” (jardim imperial).
Pela imagem é possível ver toda uma decoração e vestimentas que remetem ao século XVIII e XIX. O problema é que nas mesmas fotos é possível ver jovens atores negros vestidos como escravos, atentando à jovem branca aniversariante como se fosse sua sinhá. Ainda é possível ler as palavras “quinzola top” e “top”.
Mesmo com os rostos apagados, as imagens rapidamente tomaram conta das redes sociais acompanhadas de centenas de comentários de indignação. Depois da repercussão negativa, a empresa de festas se manifestou com uma nota de esclarecimento no Facebook pedindo desculpas, mas depois a postagem foi apagada.
“Diante dos ocorridos, com total humildade, estamos vindo a público nos retratar e pedir perdão”, lê-se na nota, “jamais foi nossa intenção fazer qualquer retratação que levasse a entender que a escravidão foi algo bom”. A empresa se justifica junto à temática: “Tínhamos a única intenção de retratar o período histórico do Império que, infelizmente, tinha escravidão”, mas que “graças a outros olhares percebemos que fomos infelizes nessa reprodução. Erramos sim e admitimos nosso erro”.
Ao BuzzFeed Brasil, a empresa declarou apenas que o pedido de desculpas havia sido feito por um funcionário sem autorização e reiterou que a festa vai acontecer: está marcada para o dia 26, em Belém.
Além disso, a Ordem dos Advogados do Brasil, Seccional do Pará (OAB-PA) declarou ao El País Brasil que vai encaminhar uma representação ao Ministério Público do Pará (MPPA). Ao jornal Diário do Pará, a entidade disse que espera ao menos um ajuste de conduta e o comprometimento por parte da empresa a jamais fazer algo semelhante, por meio da sua Comissão de Defesa da Igualdade Racial, Etnia e dos Quilombos do Pará.