Política

FHC ironiza PT sobre decisão de não aceitar doações privadas

“Depois da porta arrombada, querem fechá-la? Não dá, né?”, ironizou.


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Principal estrela do Fórum de Comandatuba – evento que reúne políticos e empresários, anualmente, em um hotel de luxo no sul da Bahia -, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) distribuiu farpas ao PT e classificou como “jogada política” o anúncio do partido de que não aceitará mais doações de empresas privadas . “Depois da porta arrombada, querem fechá-la? Não dá, né?”, ironizou.

O anúncio de que as doações de pessoas jurídicas não serão mais aceitas foi feito pela executiva nacional petista na última sexta-feira – quando o PT também anunciou o novo tesoureiro, o ex-deputado Marcio Macedo, depois de o ex-ocupante do cargo, João Vaccari Neto, ser preso pela Polícia Federal dentro da Operação Lava Jato.

Para o tucano, que é também presidente de honra do PSDB, o fim das doações empresariais não pode ser entendido como forma de se acabar com casos de corrupção como o petróleo, alvo da Lava Jato, nem como o mensalão, pelo qual outro tesoureiro petista, Delúbio Soares, também acabou preso.

“É uma proposta fora de momento; eles [petistas] têm que primeiro explicar se teve um abuso no uso de recursos públicos nas campanhas”, opinou. “Isso é jogada politica”. Por outro lado, indagado se o PSDB também adotaria o fim de recursos empresariais, o ex-presidente foi lacônico: alegou não participar “do dia do partido”, na condição de presidente de honra.

“Não estou no dia a dia do partido; a tendência de se aprovar é a de limitar os recursos, e certamente mais provavelmente para pessoas físicas que para empresas”, disse.