CRIME

Filha de colecionador é acusada de roubar da mãe obras no valor de R$ 720 milhões

Sabine é filha do colecionador Jean Boghici, que morreu há sete anos. Viúva Geneviève cuida do acervo

Justiça mantém prisão temporária de Sabine Boghici (Foto: Divulgação)

O acervo de Jean Boghici, um dos mais importantes marchands e colecionadores de arte do Brasil, que morreu sete anos atrás, está no centro de um caso policial que reúne sua viúva, Geneviève, e sua filha, Sabine.

Sabine foi presa no Rio de Janeiro, segundo revelou hoje a repórter Paolla Serra. É acusada de roubar uma parte do acervo deixado pelo pai e que pertenciam à Geneviève, de 82 anos. A polícia fluminense estima que o valor dessas pinturas e esculturas alcancem R$ 720 milhões.

No total, foram roubados 16 quadros e esculturas, segundo as investigações da polícia. Todos vendidos para galerias de arte. Duas dessas obras, dos modernistas Vicente do Rego Monteiro e Victor Brecheret, estão hoje na coleção no Malba, o Museu de Arte Latino-Americana de Buenos Aires.

Há ainda processos em curso na Justiça do Rio de Janeiro opondo mãe e filha acerca do inventário de Boghici, que tinha outra filha, Muriel, que mora fora do Brasil.

Em 2012, uma parte do acervo de Boghici virou cinzas depois de um incêndio em seu apartamento, em Copacabana. Um dos quadros roubados é “Sol poente”, um óleo sobre tela pintado em 1929 por Tarsila do Amaral, que escapou do fogo de dez anos atrás, mas não escapou de um caso policial. É tido como uma das obras-primas da artista paulista.