Filho de Bolsonaro rebate deputado americano e tem apoio de embaixador dos EUA
Na véspera, presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos EUA criticou postagem do filho do presidente brasileiro em apoio à campanha de Trump
Um dia depois de ser alvo de críticas do presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos EUA, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) afirmou que o seu apoio à reeleição de Donald Trump se trata de “convicção pessoal”, e desferiu críticas indiretas ao democrata Eliot Engel, que lidera o painel. O embaixador dos Estados Unidos em Brasília, Todd Chapman, também defende o parlamentar brasileiro. Para Chapman, o filho do presidente está exercendo sua liberdade de expressão.
Na segunda-feira, uma postagem no Twitter de Eduardo Bolsonaro trazia um vídeo de apoio a Donald Trump — horas depois, a conta da Comissão de Relações Exteriores retuitou a publicação, mas com críticas ao parlamentar brasileiro.
“Já vimos esse roteiro antes. É vergonhoso e inaceitável. A família Bolsonaro precisa ficar fora da eleição americana”, escreveu Engel.
Na tarde de terça-feira, Eduardo Bolsonaro, em uma série de postagens no Twitter, afirmou que aquela era “a posição individual do seu presidente [da comissão], o congressista de esquerda Eliot Engel (Partido Democrata)”, e até criticou o acordo sobre o programa nuclear iraniano, fechado em 2015 no governo de Barack Obama.
CENSORSHIP OVERSEAS?
A mídia tem dito que a Câmara dos Deputados dos EUA quer que Bolsonaro não interfira nas eleições dos EUA.MENTIRA! Saiba a verdade na thread a seguir 👇 pic.twitter.com/ISRWb3k8Q6
— Eduardo Bolsonaro🇧🇷 (@BolsonaroSP) July 28, 2020
Ao defender seu apoio a Trump, o deputado o comparou a iniciativa à adotada por governos de esquerda na América Latina no passado.
“O que acontece nos EUA repercute no mundo e é inaceitável cobrar de mim uma posição não de neutralidade, mas de omissão, já que quando Lula, Chávez, Maduro, Evo, Kirchner, Correa, Bachelet e Castros se apoiavam mutuamente ninguém falava nada.”
O deputado afirma que “as relações Brasil-EUA estão acima das pessoas e independentemente do vitorioso nos EUA em 2020 trabalharemos para manter essa boa relação”, mas ele acrescentou que se dá o direito de manter suas “convicções pessoais”.
Por fim, em um ataque indireto a Engel, sugere que o debate entraria para o campo da xenofobia “caso fosse de esquerda”, e que não se pauta “pelo politicamente correto”.
A Comissão de Relações Exteriores da Câmara dos EUA ou o deputado Eliot Engel não se pronunciaram sobre as novas declarações de Eduardo Bolsonaro.