“Fim de 10 anos de trevas e luta”, diz Valério Filho após condenação de Maurício Sampaio
Advogado e filho da vítima diz estar com a sensação de missão cumprida pela responsabilização dos envolvimento na morte de Valério Luiz
O advogado e assistente de acusação Valério Filho comemorou a condenação de Maurício Sampaio e outras três pessoas envolvidas na morte do radialista Valério Luiz. Segundo ele, é o fim de um ciclo de “10 anos de trevas e muita luta” por justiça. A decisão foi proferida na noite de quarta-feira (10), após quatro adiamentos do júri. O profissional foi morto a tiros em julho de 2012, e, segundo consta nos autos, o assassinato teria sido uma represália às críticas que ele fazia a dirigentes do Atlético Goianiense.
“Me reporto a aquele 5 de julho de 2012, quando recebi a ligação e falaram que meu pai tinha sido baleado na porta da rádio. Cheguei lá e vi aquela cena do carro parado, com o pé dele para fora, com o tênis que eu tinha visto ele sair de casa. Naquele dia fiz a promessa de que quem tivesse feito aquilo iria pagar pelo aconteceu”, disse.
Valério afirmou que o resultado do júri foi uma “extraordinária vitória” e que tem a sensação de missão cumprida. “Um grupo de poder, que fez muita maldade aqui no estado, acaba de cair. Ninguém nunca imaginou que isso iria acontecer. Quando fizeram aquilo, não imaginaram que isso iria acontecer. Foi um milagre o que aconteceu hoje”, comentou referindo-se às condenações.
O advogado agora espera que “as coisas fiquem mais leves”. “Que eu possa lembrar do meu pai não mais com tanta indignação, mas colocá-lo em um lugar que merece, de carinho, respeito e sabendo que a memória dele foi honrada”.
Condenações
Na quarta-feira (10), após 4 adiamentos, o júri popular decidiu pela condenação de quatro envolvidos. Um quinto acusado foi absolvido.
Maurício Sampaio foi condenado a 16 anos de prisão. Segundo os autos, ele foi o mandante do crime, “em um contexto grave, como represália às críticas proferidas pela vítima ao réu, que, à época, exercia o cargo de vice-presidente do Atlético Goianiense”.
Ademá Figueredo Aguiar Filho, apontado como autor dos disparos contra Valério Luiz, foi condenado a 16 anos de prisão. Urbano de Carvalho Malta, que teria contratado Ademá para cometer o crime, teve pena estipulada em 14 anos de prisão.
O júri também decidiu pela condenação de Marcus Vinícius a 14 anos de prisão por ajudar no homicídio. De acordo com a decisão, ele foi o responsável por emprestar a motocicleta, o capacete e a camiseta utilizada no crime. Ele também teria guardado a arma usada por Ademá e um aparelho celular utilizado para se comunicar com os demais réus.
A única absolvição foi dada a Djalma Gomes da Silva. Ele era acusado de auxiliar no planejamento do assassinato, além de atrapalhar as investigações.
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