Fim do horário de verão divide trabalhadores
Para alguns a mudança é boa, pois deixa de sair muito cedo de casa. Para outros, é ruim, pois eles têm a impressão de que o tempo para descansar diminuiu
Depois de se acostumar com a rotina de acordar mais cedo, já é hora de voltar a rotina anterior. É que horário de verão acaba no próximo dia 19 de fevereiro. Para alguns essa mudança é boa, pois deixa de sair muito cedo de casa, evitando os riscos que isso propicia. Para outros, é ruim, já que chegam em casa mais tarde, e têm a impressão de que o tempo para descansar diminuiu.
As opiniões se dividem, especialmente entre os trabalhadores que iniciam sua rotina bem cedo. Um exemplo são os canteiros de obras, onde o turno de trabalho começa às 7h da manhã. A maioria dos colaboradores chegam à obra por volta das 6 horas para dar tempo de lanchar antes de pegar no batente. “Quem vem de carro acaba conseguindo chegar mais tranquilo, tem mais tempo para descansar. Já os que vem de ônibus, se quiserem comer aqui antes da obra, precisam sair um pouco mais cedo de casa, no escuro”, comenta o engenheiro Alaor Arantes, que comanda um time com mais de 115 colaboradores em uma obra no Setor Oeste.
O ajudante de obra da Dinâmica engenharia Antônio Francisco Pereira, fica em dúvida sobre aprovar ou desaprovar. Isso porque ele vai de ônibus ao trabalho e precisa acordar ainda escuro para tomar a condução. Parte do horário de verão também coincide com as férias escolares, quando os ônibus têm um espaçamento maior de tempo entre as viagens, que segundo a CMTC, varia de 5 a 20 minutos. Além disso, são duas horas na condução para chegar ao trabalho, já que ele precisa estar um pouco mais cedo para lanchar na empresa. “Por outro lado, com o horário de verão, pelo menos ainda está claro quando a gente sai da obra”, opina.
O encarregado de obra Jorcilei Silverio de Oliveira aprova o horário de verão porque vai trabalhar de carro e gasta cerca de 25 minutos de casa até o trabalho. “Acho que tudo depende do histórico de cada um, no meu caso é ótimo eu saio da obra às 17h30 ou 18 horas e ainda tenho tempo para resolver questões pessoais. Normalmente quando não estamos em horário de verão isso não é possível, já saímos da obra no escuro” conta.
A gerente de recursos humanos da Dinâmica Engenharia, Luciana Lima, concorda com o engenheiro. Existe de fato o time de pessoas que gostam e outros não. Mas o interessante é que sempre fica aquela sensação de que se está perdendo uma hora do dia, isso porque muitas pessoas acabam indo dormir mais tarde e acordando mais cedo.
Ela avalia que em poucas semanas o organismo acostuma com a nova rotina. E se por um lado é possível desfrutar mais das pistas de caminhada e parques por estar ainda de dia, por outro também dorme-se menos, e a produtividade é interferida. “Ficamos mais estressados pelo dia ser mais curto. Estudos apontam que devemos dormir de 6 a 8 horas, para ter corpo e mente descansada. Com fim do horário de verão, com certeza está 1 hora a mais de sono será sagrada. Teremos pessoas com mais disposição para rotinas pessoais e profissionais”, avalia.
Economia
Um ponto positivo para aqueles que gostam do horário de verão é a economia. Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a economia média de energia elétrica, no horário de pico durante a vigência do horário de verão, fica entre 4 e 5%. Já para aqueles que não são a favor e moram em Goiás, uma notícia esperançosa. Em dezembro do ano passado, deputados goianos aprovaram em primeira votação o projeto que acaba com o horário de verão no estado. A matéria ainda precisa de mais uma votação e da sanção do governador do estado para que passe a vigorar.