ELEIÇÕES 2022

Flávio se filia ao Patriota e abre caminho para entrada de Bolsonaro no partido

Presidente da República está sem partido desde o final de 2019, quando deixou o PSL em meio a atritos internos

Senador Flávio Bolsonaro mostra sua ficha de filiação ao Patriota em foto postada em rede social e depois apagada - Reprodução

O senador Flávio Bolsonaro (RJ) se filiou nesta segunda-feira (31) ao Patriota, abrindo caminho para que seu pai, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), faça o mesmo.

Flávio participou virtualmente da convenção da legenda. Ele deixou o Republicanos na quarta-feira passada (26), mesma data em que assinou sua ficha de filiação ao Patriota. Ele estava no partido ligado à Igreja Universal desde março de 2020.

“Com muita honra comunico minha filiação ao Patriota. Participei diretamente de sua refundação, em 2018, desde a elaboração de seu estatuto, com previsão inédita de ser o 1º partido de direita do Brasil, até a escolha do nome Patriota. Que Deus nos abençoe nessa nova jornada!”, escreveu o senador em uma rede social.

Com a mensagem, Flávio havia postado uma foto exibindo a ficha de filiação assinada, mas apagou-a em decorrência da exposição de dados pessoais.

Aliados de Jair Bolsonaro pressionam o presidente para que ele decida o quanto antes qual será sua nova legenda para disputar a reeleição em 2022.

A indefinição de Bolsonaro está travando articulações locais de congressistas que pretendem seguir os passos do presidente e se filiar ao mesmo partido que ele. Sob reserva, estes aliados relatam incômodo porque seus adversários largaram na frente nas conversas com foco nas disputas para o próximo ano.

Assim como o pai, Flávio foi eleito pelo PSL, mas deixaram a sigla em novembro de 2019, após rompimento com o presidente da legenda, Luciano Bivar. Começaram, então, a trabalhar pela formação da Aliança pelo Brasil, legenda que não saiu do papel até agora e não se viabilizará a tempo de participar do próximo pleito.

Sem conseguir criar seu próprio partido, Bolsonaro chegou a conversar com diversas siglas, inclusive gigantes do centrão, como PP e PL, e até com legendas menores, como o PRTB, partido de seu vice, o general Hamilton Mourão.

Na esteira da eleição de Bolsonaro, o PSL fez em 2018 um total de 52 deputados e 4 senadores. Em 2014, a legenda havia eleito apenas um deputado.

Ao oficializar sua filiação nesta segunda-feira, Flávio traçou o mesmo destino para o Patriota.

“Quando fomos candidatos pelo PSL, o partido tinha apenas um deputado, e, após eleições de 2018, fizemos uma bancada com 52 deputados. E, agora, com o presidente Bolsonaro na Presidência da República, não tenho dúvida que a gente pode construir um partido maior ainda, do tamanho ou até maior que o próprio PSL”, afirmou Flávio.

O senador disse se sentir fundador da legenda, pois participou do projeto de mudança de seu nome de PEN para Patriota.

“Fico feliz de ver que muitos estão deixando a vaidade de lado, o posicionamento dentro do partido de lado em prol dos princípios que estão escritos no estatuto que eu ajudei a colocar, de buscar um partido que seja de centro-direita, que defenda os princípios da família, os valores conservadores e tenha várias bandeiras expressas nas letras do seu estatuto, diferente de outros partidos”, afirmou.