Focos de incêndio no Amazonas em agosto já é o maior em 22 anos
Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que somente em agosto foram registrados…
Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que somente em agosto foram registrados 7,6 mil focos de queimadas no Amazonas, maior registro para esta época desde 1998, quando o órgão passou a divulgar informações sobre o monitoramento. Este mês costuma ser o mais seco da região e por isso é quando ocorre o maior número de incêndios da área.
De janeiro até agora, o estado já registrou 10.234 focos de acordo com o Inpe. No primeiro semestre do ano, o Estado já havia registrado um aumento de 51,7% na quantidade de queimadas, em comparação com o mesmo período do ano passado, batendo o recorde dos últimos quatro anos no Amazonas.
Segundo o Inpe, os três municípios mais afetados são, até o momento, Apuí, com 2.284 registros; Novo Aripuanã, com 1.415; e Lábrea, com 1.217 focos ativos.
Ainda conforme o monitoramento parcial do ano, o Amazonas, Pará e Mato Grosso concentram os maiores focos de queimadas no país.
O cientista e doutorando em Biologia (Ecologia) pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), Lucas Ferrante, falou ao G1 que o aumento no número de queimadas é reflexo de uma série de ações do Governo Federal.
— Esse aumento, tanto de queimadas quanto no número de desmatamentos, é fruto de uma política anti-ambiental, que tem sucateado os órgãos ambientais e instituído uma militarização desses órgãos, justamente para impedi-los de atuarem no combate ao desmatamento e as queimadas, principalmente em prol de um sistema ruralista, que tende a querer ocupar novas áreas na Amazônia — denunciou.
O cientista explicou que o mês de agosto costuma registrar os maiores índices de queimadas no ano, por conta do início do período seco na Amazônia. De acordo com ele, há estudos que confirmam que, mesmo na época da seca, a floresta pega fogo apenas por incêndios criminosos.