Fogo atinge quase 6 mil hectares de área de preservação na região da Chapada dos Veadeiros
Brigadistas também atuam no monitoramento de focos dentro do Parque Nacional
O Corpo de Bombeiros segue combatendo, nesta sexta-feira (14), o incêndio que avança pela Área de Preservação Ambiental (APA) Pouso Alto, próxima a região da Chapada dos Veadeiros, no nordeste goiano. De acordo com a corporação, estima-se que o fogo já atingiu uma área de quase 60 km², o que corresponde a cerca de 6 mil hectares.
“No total, já devemos ter combatido aproximadamente 14 quilômetros de linha no combate direto. Na área total do parque estimada por satélite a gente já deve ter de 50 a 60 km² de área queimada”, afirma o tenente do Corpo de Bombeiros, Lucas Maciel dos Reis.
Ainda de acordo com o tenente o fogo começou dentro do Parque Nacional na última sexta-feira (7). A suspeita é que um raio tenha provocado o fogo que se dividiu em três frentes, uma delas agora já combatida, restando duas frentes: Cavalcante e Alto Paraíso. Os bombeiros estão no local desde a última segunda-feira (10).
A APA de Pouso Alto abrange os municípios de Alto Paraíso de Goiás, Cavalcante, Teresina de Goiás, Colinas do Sul, São João d’Aliança e Nova Roma.
O subcomandante da operação Cerrado Vivo, major Charles Xavier de Barros disse à reportagem, que a situação atual indica que o incêndio está controlado. “Temos duas frentes de incêndio, um na região de Cavalcante que continua com uma situação mais controlada, falta mais um ou dois focos, que a gente consegue passar uma previsão de um há dois dias para ser eliminado. Além da parte de cima de Alto Paraíso que tem focos que estão em áreas particulares próximas a cachoeira dos Couros”, explicou.
Estratégias e monitoramento
Conforme o major Charles Xavier, cerca de 20 bombeiros estão atuando no combate ao incêndio na região. Para cada uma das frentes foram divididos 10 militares da corporação.
“A região é muito íngreme e de difícil acesso. Além disso, têm ventos fortes e com a temperatura muito alta e umidade baixa passa a tornar o combate mais difícil”, diz.
A operação conta com apoio do Centro Nacional de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (Prevfogo), além do Corpo de Bombeiros, o ICMBio, Aliança da Terra que envolve a Semad, e as brigadas voluntárias da região.
Ainda segundo Xavier, os bombeiros tem ao lado da estratégia a tecnologia. “Fazemos o levantamento via drone, por ser uma região muito íngreme. Utilizamos da tecnologia para traçar a estratégia de como ter acesso aquele local do foco e vamos a incursão manual. Vemos o melhor ponto de acesso para que as equipes possam ir por terra com abafadores e sopradores para fazer o combate direto na chama”, esclarece.
Para o militar, outro ponto que vale destaque no combate é o monitoramento. “Estamos com duas equipes fixas em Cavalcante e Alto Paraíso na operação Guardiões do Bioma. Já sabemos que essa é uma região que chove menos e tem mais calor e por isso acaba sendo mais castigada nesse período. Por isso fizemos essas bases fixas que quando não estão combatendo estão monitorando constantemente com o uso de drones”, explica.
Questionado sobre uma previsão de eliminar todos os focos, o major acredita que isso pode ser possível nos próximos dias. “A dinâmica pode mudar de um dia para o outro por isso deixamos em aberto. Mas no momento é um incêndio controlado”, pontua Xavier.