JUSTIÇA

Foragido, braço direito do ‘Faraó dos bitcoins’ participa de audiência por videoconferência

Daniel Aleixo Guimarães participa de uma audiência virtual nesta sexta-feira no processo no qual é acusado pelo homicídio do investidor Wesley Pessano

À direita, Daniel Aleixo Guimarães participa de uma audiência virtual, com o juiz Marcio da Costa Dantas, em processo no qual é acusado pelo homicídio — Foto: Reprodução

Um dos réus pela morte do investidor Wesley Pessano, Daniel Aleixo Guimarães participa, mesmo estando foragido, de uma audiência virtual nesta sexta-feira no processo no qual é acusado pelo homicídio. O pedido para que Aleixo — apontado nas investigações como braço direito de Glaidson Acácio dos Santos, o “Faraó dos bitcoins” —, acompanhasse a sessão foi feito por seu advogado, Carlos Daniel Dias André. O juiz do caso, Marcio da Costa Dantas, da 2ª Vara Criminal de São Pedro da Aldeia, na Região dos Lagos do Rio, autorizou a participação. Preso e réu no processo, Glaidson também participa da audiência, mas presencialmente.

Em seu pedido, a defesa de Aleixo alegou que o Supremo Tribunal Federal recentemente autorizou que um réu foragido participasse de uma audiência virtual, argumento acolhido pelo magistrado de São Pedro da Aldeia. “O fato é que o Supremo Tribunal Federal, em decisão recente da lavra do ministro Luiz Edson Fachin, nos autos da medida cautelar no habeas corpus nº 214.916-SP, entendeu que não se pode considerar que determinado réu tenha promovido renúncia tácita ao direito de presença em audiência pela opção de permanecer foragido, tendo sua excelência deferido a liminar para autorizar o acusado não capturado a participar de audiência pela via remota”, escreveu o juiz na decisão.

Glaidson Acácio dos Santos, de 38 anos, dono da GAS Consultoria Bitcoin, responsável por comandar esquema que movimentou mais de R$ 2 bilhões. — Foto: Reprodução/TV Globo
Glaidson Acácio dos Santos, de 38 anos, dono da GAS Consultoria Bitcoin, responsável por comandar esquema que movimentou mais de R$ 2 bilhões. — Foto: Reprodução/TV Globo

Daniel é o único dos 12 réus no processo que ainda não foi preso. O irmão dele — Filipe José Aleixo Guimarães — também é réu no processo. De acordo com as investigações do Ministério Público e da Polícia Federal, Glaidson mandava matar seus concorrentes no mercado de captação de clientes para investimentos em criptoativos. Ainda segundo apurado, os irmãos Aleixo chegaram a montar uma empresa de nome fantasia G.A.I, com capital inicial de R$ 5 milhões, para prestar os serviços como grupo de extermínio, mas sob o disfarce de serviços de inteligência, segurança e transporte de valores.

Glaidson é acusado de ser mandante da morte de Pessano. Segundo as investigações, Daniel Aleixo foi responsável por arregimentar comparsas para atuarem na execução da vítima. O trader foi morto a tiros dentro de um Porsche em São Pedro da Aldeia em agosto do ano passado.