Funcionária do Carrefour que filmou morte de João Alberto é presa
Delegada acredita que a mulher teve participação decisiva nas agressões
A funcionária do Carrefour que filmou a morte de João Alberto Silveira Freiras, de 40 anos, no estacionamento do mercado foi presa pela Polícia Civil do Rio Grande do Sul na tarde desta terça-feira (24). As informações são do Portal G1.
De acordo com a reportagem, Adriana Alves Dutra foi detida temporariamente. A delegada Vanessa Pitrez informou que acredita que a mulher teve participação decisiva nas agressões que João Alberto sofreu. Isso porque a mulher teria poder de comando sob os dois seguranças. Adriana trabalha como agente de fiscalização do estabelecimento.
No vídeo que flagra as agressões, Adriana aparece filmando a cena. Um motoboy ouvido pela delegada afirmou que foi ameaçada pela funcionária.
Morte de João Alberto no Carrefour
Imagens obtidas pela Folha de S.Paulo revelam que João Alberto foi asfixiado por quase quatro minutos após ser espancado por pelo menos dois minutos por seguranças do Carrefour em Porto Alegre na última quinta (19). O vídeo mostra, ainda, que Freitas agrediu um dos vigilantes.
Depois da morte de João Alberto, uma série de protestos começou em várias capitais do Brasil. Em São Paulo, a 17ª Marcha da Consciência Negra, realizada no dia 20, sexta-feira, terminou em quebra-quebra numa unidade do Carrefour da Rua Pamplona, no bairro Jardins, Zona Sul da capital.
Em Goiânia, o Carrefour chegou a suspender os atendimentos, na última segunda-feira (23), após uma manifestação que contou com a presença de 100 pessoas, na unidade que fica na Avenida T-9. A avenida chegou a ser interditada em certos momentos do protesto.
Ao Mais Goiás, a presidente do instituto Coordenação de Negras e Negros de Goiás (Conngo), Lucilene Vitório afirmou que o protesto se trata de um “ato de resistência”. “É um ato onde a gente diz que vidas negras importam. Chega de nos matar. Nós queremos ter direitos como qualquer outra pessoa. Todo dia a gente luta por direitos e vemos eles se esvaindo. Hoje não. Estamos dizendo ‘queremos viver’ e enquanto existir injustiça nesse país, nós estaremos na luta, sempre”, pontuou.
O ato é organizado pelos seguintes coletivos e movimentos: Coletivo Rosa Parks; Grupo Pindoba; Pretas de Angola; Centro de Referência Negra; Coletivo Novembro Negro; Mães de Maio no Cerrado; Mães Pela Diversidade; Centro Popular da Mulher; Escola Ubuntu; Astral, Associação Coró de Pau; Rede Goiânia de mulheres negras; Associação Quilombo Kalunga e Movimento Negro Unificado de Goiás.