A gasolina vai aumentar 3% e o diesel 5% nas refinarias a partir da meia-noite desta sexta-feira. Segundo comunicado da Petrobras, os preços da gasolina e do diesel, sobre os quais incide o reajuste, não incluem os tributos federais Cide e PIS/Cofins assim como o tributo estadual ICMS.
LCA estima que reajustes elevam IPCA em 0,15 p.p.
O reajuste nos preços dos combustíveis, anunciado nesta noite de quinta-feira, 6, pela Petrobras, deve ter um impacto de 0,15 ponto porcentual na inflação oficial medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2014, conforme cálculos do economista Étore Sanchez, da LCA Consultores.
Segundo ele, o aumento de 3% para a gasolina e de 5% no diesel já poderá ser absorvido no IPCA-15 de novembro. “Isso, adotando a hipótese de que o reajuste na refinaria poderá ser repassado integralmente aos consumidores”, afirmou. “Só uma alta corroborou nossa expectativa, que foi o do diesel”, completou, destacando que previa elevação de 5% nos preços da gasolina.
Com o reajuste, o economista da LCA revisou para cima a projeção para o IPCA fechado de 2014. A expectativa é que o índice termine o ano acima do teto da meta de 6,50%, devendo ficar em 6 60%. A previsão anterior, antes do aumento dos combustíveis, era de 6,45%. “O reajuste já tinha de ter sido dado”, reforçou.
Rodrigues: diesel mais caro aumenta custo do etanol
O ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues, presidente do conselho deliberativo da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (Unica), afirmou nesta quinta-feira, 6, ao Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, que o reajuste de 3% da gasolina nas refinarias não deve melhorar a margem do etanol, mas o repasse da alta de 5% no valor do diesel ampliará os custos do setor. O diesel é o combustível mais utilizado em tratores e caminhões na produção e transporte, tanto da cana quanto do etanol por parte das usinas.
“O aumento diesel é mais custo para o nível de rentabilidade do etanol e essa alta não beneficia nada”, disse Rodrigues, salientando que a principal demanda do setor no curto prazo é o retorno da cobrança da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) sobre a gasolina. “O que tem de funcional para nós é a Cide e espero que ressurja com o tempo.”