Foi para não pagar uma dívida de R$ 60 mil que o gerente de fazenda Hugo Dario Gomes da Silva, de 32 anos, matou a tiros no último final de semana o fazendeiro Walter Vieira de Sousa, de 61. Apesar do suspeito afirmar que agiu sozinho, a polícia prendeu e autuou Lucas Tiago de Almeida de 27 anos, e ainda procura por um terceiro homem que também teria participado do crime.
Bastante conhecido em Inhumas, o fazendeiro Walter Vieira desapareceu na última sexta-feira (9) depois de afirmar para parentes que estaria indo receber uma dívida de R$ 60 mil na vizinha cidade de Caturaí. Ao começar a investigar o caso no sábado, agentes do Grupo Anti Sequestro (GAS) da Deic encontraram queimada, em Brazabrantes, cidade que também fica na região de Inhumas, a camionete do fazendeiro.
Em pouco tempo os agentes descobriram que Hugo Dario pegou R$ 60 mil emprestados há quatro meses com Walter, e que o prazo para pagamento estipulado em 30 dias não foi cumprido, fato que fez com que o fazendeiro passasse a procurar insistentemente pelo gerente. Quando preso, Hugo confessou o crime e levou os policiais até uma mata em Caturaí onde havia enterrado o corpo. Ele afirmou que seu amigo Lucas não participou do assassinato, e alegou que o contratou por R$ 120, somente para que ele sumisse com a camionete da vítima.
“Nós não acreditamos nessa versão, até porque o Hugo jamais teria condições de executar o Walter e depois enterrá-lo sozinho”, relatou o delegado Valdemir Pereira da Silva, titular da Deic. Além de autuar os dois suspeitos em flagrante por homicídio e ocultação de cadáver, o delegado pretende pedir a prisão de Darlan de Almeira, que é irmão de Lucas, e que foi visto por testemunhas perto da camionete incendiada. “Também não está descartada a possibilidade da participação direta do Darlan no assassinato, até porque quando ele soube da nossa presença pela região ele fugiu”, concluiu Valdemir Pereira.
Assim como a pá usava para cavar o buraco onde o fazendeiro foi colocado, a arma usada na execução, uma pistola calibre nove milímetros também foi apreendida pela polícia. O crime deixou parentes do fazendeiro perplexos, já que Hugo Dario, que também tem uma pequena propriedade na região, segundo o delegado, era amigo e frequentava a casa da vítima há vários anos. O dinheiro do empresário, segundo contou o suspeito durante depoimento, foi usado para pagar dívidas e realizar pequenas reformas.