Morreu na manhã desta sexta-feira o jornalista Gilberto Dimenstein, aos 63 anos. Dimenstein lutava contra um câncer no pâncreas desde 2019. Durante sua carreira, se destacou na cobertura de temas sociais e de direitos humanos. Dimenstei morreu por volta das 9 horas, dormindo em sua casa.
Em 2008, o jornalista criou o site “Catraca Livre“, cujo objetivo é apresentar informações sobre atrações culturais virtuais ou presenciais em São Paulo e no Rio de Janeiro.
Formado pela faculdade Cásper Líbero, Gilberto Dimenstein passou pelos jornais “Folha de S. Paulo”, “Jornal do Brasil”, “Correio Braziliense, “Última Hora” e pela revista “Veja”, além da rádio “CBN”.
Além disso, também é autor de livros como “Meninas da Noite”, sobre a prostituição infantil na Amazõnia, e “Cidadão de Papel”, sobre os direitos da criança e adolescente no Brasil.
Gilberto Dimenstein venceu por duas vezes o Prêmio Esso, o de maior prestígio no jornalismo brasileiro, em 1988 e em 1989 e uma vez o Prêmio Jabuti de Literatura, em 1993, com “O Cidadão de Papel”.
Em 2019, após ser diagnosticado com um câncer no pâncreas, já com metástase no fígado, o jornalista escreveu um relato sobre o diagnóstico na “Folha”.
“Hoje – é até difícil falar isso – estou vivendo o momento mais feliz da minha vida. Aquele Gilberto Dimenstein do câncer morreu. Nasceu outro. Câncer é algo que não desejo para ninguém, mas desejo para todos a profundidade que você ganha ao se deparar com o limite da vida. Não queria ter ido embora sem essa experiência”, escreveu.
Nas redes sociais, jornalistas, amigos e políticos lamentaram a morte de Gilberto Dimenstein.
A colunista do O GLOBO, Miriam Leitão afirmou que a perda de Gilberto Dimenstein é gigante para o jornalismo.
— Ele revolucionou a forma de fazer o nosso ofício. Fez sucesso muito jovem, sempre foi um inteligente analista da vida nacional. Depois foi abrir novas fronteiras como o Catraca Livre. Saudades imensas de Gilberto Dimenstein — escreveu.
O governador de São Paulo, João Doria, também lamentou a morte do repórter.
— Lamento profundamente a morte de Gilberto Dimenstein, um dos principais expoentes do jornalismo brasileiro. Inquieto e dinâmico, deu voz a atores antes excluídos do debate nacional. O jornalismo e a sociedade perdem um olhar humanista e solidário. Meus sentimentos aos familiares — disse.
O ex-ministro e deputado federal Ciro Gomes afirmou que a morte de Dimenstein representa uma perda para o Brasil e para o bom jornalismo.
— Uma perda para o Brasil e para o bom jornalismo, realizado de forma independente e corajosa. Meus sentimentos para família e amigos — afirmou.