A goiana Celina Turchi, especialista em doenças infecciosas da Fiocruz em Pernambuco, foi escolhida como uma das dez cientistas mais importantes de 2016 pela revista britânica Nature, por causa da pesquisa que descobriu a relação entre a microcefalia e o vírus da zika. Para realizar o estudo, Celina entrou em contato com cientistas de todo o mundo para pedir ajuda. Ela formou uma força-tarefa de epidemiologistas, especialistas em doenças infecciosas, pediatras, neurologistas e biólogos especializados em reprodução.
“Nem no meu pior pesadelo eu imaginei uma epidemia de microcefalia em bebês”, lembrou a pesquisadora em entrevista à Nature, dizendo acreditar que o Brasil estava vivendo uma emergência de saúde pública com o surto da doença.
Celina disse que o trabalho foi um desafio por não haver testes confiáveis sobre o vírus e nenhum consenso em relação à definição de microcefalia. Mas o intenso contato dentro da rede de especialistas formada por ela permitiu obter evidências suficientes para ligar a infecção por zika e a doença no primeiro trimestre da gravidez.
Outros citados foram a argentina Gabriela González, por uma pesquisa inovadora sobre ondas gravitacionais, e o espanhol Anglada Defendi, que entrou na lista por ter descoberto um planeta parecido com a Terra próximo da estrela Alpha Centauri.
Celina Maria Turchi Martelli é goiana, professora aposentada da Universidade Federal de Goiás (UFG) e trabalha, atualmente, no Centro de Pesquisa Aggeu Magalhães, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) de Pernambuco, na coordenação do estudo que avalia os fatores de risco de microcefalia pela infecção do vírus Zika.